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Reino Unido suspende sanções a entidades sírias, em aceno a novo governo com raízes na Al-Qaeda

Decisão de Londres pode impulsionar reconstrução síria, mas levanta preocupações sobre fortalecimento de grupos extremistas

Celebração convocada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) em Damasco 20/12/2024 (Foto: REUTERS/Yamam Al Shaar)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - O governo britânico anunciou nesta quinta-feira (24) a suspensão de sanções impostas a 12 entidades sírias, incluindo os ministérios da Defesa e do Interior, além de veículos de comunicação estatais. 

A decisão, divulgada pela agência estatal SANA, foi celebrada pelo Ministério das Relações Exteriores da Síria como um passo "construtivo" rumo à normalização das relações internacionais e à reconstrução do país após 14 anos de guerra civil.​

A medida ocorre meses após a deposição do ex-presidente Bashar al-Assad, em dezembro de 2024, por forças rebeldes lideradas por Ahmed al-Sharaa, figura central do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), uma dissidência da Al-Qaeda ainda classificada como organização terrorista por Estados Unidos, ONU e União Europeia.

​O Reino Unido justificou a suspensão das sanções como parte de um esforço para apoiar a reconstrução da Síria e incentivar uma transição política liderada pelos próprios sírios. Entretanto, as sanções contra Assad e seus aliados permanecem em vigor, visando responsabilizá-los por crimes de guerr .​

A decisão britânica também ocorre em meio a uma escalada de violência sectária no país. Em março, confrontos entre grupos sunitas e comunidades alauítas, mesma orientação religiosa de Assad, resultaram na morte de mais de 1.300 pessoas em apenas 72 horas. Relatórios indicam que pelo menos 973 alauítas, cristãos e civis de outras minorias religiosas foram mortos em massacres de retaliação atribuídos a forças associadas ao governo interino.

Analistas alertam que a suspensão de sanções e o consequente fluxo de capital podem fortalecer grupos com histórico extremista. Samir Aita, economista sírio e presidente do Círculo de Economistas Árabes, afirmou para o Financial Times que "qualquer empresa ou banco está muito receoso de trabalhar com a Síria neste momento", destacando o alcance das sanções americanas e o temor de envolvimento com entidades ligadas ao terrorismo.​

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