Petro ordena retirada de diplomatas da Colômbia em Pequim após suposta sabotagem à agenda presidencial
Presidente colombiano afirma que funcionários da embaixada do país na China atuaram para prejudicar relações bilaterais
Por Bianca Penteado, de Pequim – O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ordenou a remoção da equipe diplomática do país em Pequim durante reunião do Conselho de Ministros realizada na segunda-feira (29). Segundo ele, funcionários da embaixada teriam sabotado as iniciativas de fortalecimento das relações bilaterais com a China.
Na reunião ministerial, Petro acusou os diplomatas da embaixada da Colômbia em Pequim de obstruir a agenda presidencial durante visita à China, no primeiro semestre do ano, e até de cancelar reuniões sem aviso prévio.
O presidente estendeu as críticas também à ministra das Relações Exteriores, Rosa Villavicencio, afirmando que a postura dos diplomatas tem enfraquecido o diálogo com Pequim em um momento de tensões internacionais, sobretudo com os Estados Unidos.
“Há um Ministério das Relações Exteriores [aqui] que tem vergonha de se relacionar com a China e sabota as relações. Toda essa gente tem que ir. Eu quero relações com todos os povos do mundo, não com apenas um”, declarou.
“Isso não é relação com a humanidade, isso é colonialismo. O pessoal da embaixada na China sabota as relações, muda minhas agendas, anula compromissos sem que a gente saiba”, completou.
A medida de Petro ocorre meses após a Colômbia oficializar, em maio, a adesão à Iniciativa Cinturão e Rota, programa de infraestrutura e comércio promovido pela China. Foi a primeira vez que Bogotá se comprometeu com o projeto.
Na ocasião, o governo colombiano descreveu o acordo como “um passo histórico” capaz de atrair investimentos, promover transferência de tecnologia e acelerar grandes obras de infraestrutura no país.