Países islâmicos condenam ataques israelenses ao Irã em cúpula extraordinária em Istambul
Nações muçulmanas exigem cessar-fogo imediato e reforçam apoio a solução diplomática para a crise regional
247 - Em uma contundente manifestação de unidade diplomática, os países membros da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) condenaram veementemente os ataques israelenses contra o Irã, durante uma reunião ministerial extraordinária realizada em Istambul. Segundo informações da Telesur, o encontro foi convocado a pedido do governo iraniano diante da escalada militar que já dura mais de nove dias e ameaça mergulhar a região em um novo ciclo de instabilidade.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, participou da cúpula após retornar de Genebra, onde se reuniu com a chamada Troika Europeia — composta pelos ministros das Relações Exteriores da Alemanha, Reino Unido e França. Em ambas as ocasiões, Araghchi defendeu o fim imediato da ofensiva israelense como condição essencial para a retomada das negociações.
“A interrupção da agressão é um pré-requisito para qualquer diálogo político sério”, declarou o chanceler iraniano.
A reunião em Istambul foi descrita por analistas como uma oportunidade estratégica para o Irã fortalecer seu posicionamento político diante da comunidade islâmica e angariar respaldo internacional frente à ofensiva militar conduzida por Israel — a quem os países presentes se referiram reiteradamente como “entidade sionista”.
A postura adotada pelo Irã, combinando firmeza militar com ativismo diplomático, foi ressaltada por observadores como um sinal de que Teerã segue comprometido com a busca por uma solução política. “O Irã mantém os canais diplomáticos abertos, mesmo diante das agressões”, destacou Araghchi.
Durante a cúpula, a maioria dos países participantes — incluindo Turquia, Paquistão, Catar, Indonésia e Malásia — se pronunciou de forma clara contra os ataques israelenses, exigindo um cessar-fogo imediato e cobrando da comunidade internacional ações concretas para conter a escalada.
A Turquia, anfitriã do evento, teve um papel de destaque na condenação das ações de Israel. Autoridades turcas, entre elas o presidente Recep Tayyip Erdogan, expressaram repetidamente a preocupação com a possibilidade de seu país ser também alvo de agressões, considerando os estreitos laços econômicos e políticos entre Ancara e Teerã. O comércio bilateral entre Turquia e Irã soma cerca de US$ 15 bilhões anuais, com planos de expansão para US$ 30 bilhões nos próximos anos.
A presença de Araghchi na reunião e sua atuação paralela em fóruns ocidentais reforçam a estratégia iraniana de mobilizar apoio tanto no mundo islâmico quanto junto a potências globais. Contudo, o chanceler criticou a inação das potências europeias, afirmando que “os europeus não têm agido seriamente para impedir essas violações”, em referência aos sucessivos bombardeios contra Gaza, Líbano e agora o próprio território iraniano.
Nos bastidores diplomáticos, espera-se que a declaração final da reunião da OCI inclua uma firme rejeição às ações militares israelenses e um apelo à comunidade internacional para garantir que os princípios do direito internacional sejam respeitados. A insistência dos países islâmicos em soluções políticas e diplomáticas reforça a percepção de que, apesar das tensões, ainda há espaço para negociações e contenção.
À medida que o Irã prossegue sua batalha diplomática em várias frentes, a reunião da OCI marca um novo capítulo na articulação do mundo islâmico diante das agressões externas e coloca em xeque a passividade de outras potências globais frente à crise regional.
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