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OTAN busca criar pretextos para intervir na Ucrânia, afirma parlamentar russo

Deputado acusa secretário-geral da aliança de manipular discurso sobre envio de tropas europeias e alerta para risco de ampliação do conflito

Tropas da Otan e Rússia (Foto: Reuters)

247 - O presidente do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma Estatal da Rússia, Leonid Slutsky, acusou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de tentar criar justificativas artificiais para uma intervenção direta na Ucrânia. A crítica foi feita após declarações do secretário-geral da aliança, Mark Rutte, segundo as quais países europeus estariam dispostos a enviar tropas ao território ucraniano caso a Rússia descumprisse um eventual acordo de paz.

As declarações do parlamentar russo foram divulgadas nesta segunda-feira (22) pela agência russa TASS, que repercutiu comentários publicados por Slutsky em seu canal oficial no Telegram. O deputado também é líder do Partido Liberal Democrático da Rússia (LDPR) e uma das principais vozes da política externa no Parlamento do país.

Segundo Slutsky, o discurso de Rutte distorce deliberadamente a realidade para legitimar uma escalada militar. “Rutte está enganando o público ao dizer que os países europeus estão prontos para enviar tropas à Ucrânia caso a Rússia viole o tratado de paz. Ele está deliberadamente inventando um pretexto para justificar a intervenção da OTAN na Ucrânia”, escreveu o parlamentar.

Na avaliação do deputado, esse tipo de posicionamento não tem como objetivo a busca por uma solução negociada para o conflito. “Na verdade, isso significa reformular os projetos anti-Rússia enquanto mantém um reduto inimigo perto de nossas fronteiras”, acrescentou Slutsky, ao comentar o que considera uma estratégia de contenção hostil por parte da aliança militar liderada pelos Estados Unidos.

O parlamentar também recordou que Moscou já fez alertas reiterados contra qualquer envio de forças militares da OTAN para a Ucrânia. De acordo com ele, tal medida teria consequências diretas no campo de batalha. “Todos eles serão alvos legítimos para o exército russo no decorrer da operação militar especial. Assim como acontece com qualquer provocação”, afirmou.

Slutsky enfatizou ainda que propostas de intervenção estrangeira não contribuem para a pacificação da região. Para ele, iniciativas desse tipo tendem a aprofundar a instabilidade. “Isso não elimina as causas profundas do conflito, mas cria condições para seu prolongamento e expansão”, concluiu o deputado, reforçando a posição do Kremlin contra qualquer envolvimento militar direto da OTAN na guerra na Ucrânia.

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