OpenAI ultrapassa US$ 500 bi em valor de mercado após venda de ações
Startup de inteligência artificial se torna a maior do mundo, superando a SpaceX de Elon Musk
247 - A OpenAI, criadora do ChatGPT, concluiu uma operação bilionária de venda secundária de ações que avaliou a empresa em US$ 500 bilhões, consolidando-a como a startup mais valiosa do planeta. A informação foi publicada pela Bloomberg nesta quinta-feira (2).
Segundo a agência, atuais e ex-funcionários da companhia venderam cerca de US$ 6,6 bilhões em ações a um grupo de investidores que inclui Thrive Capital, SoftBank, Dragoneer Investment Group, MGX (de Abu Dhabi) e T. Rowe Price. A transação elevou significativamente a avaliação da empresa, que no início do ano havia sido estimada em US$ 300 bilhões em uma rodada liderada pelo SoftBank.
Superando a SpaceX e reforçando a corrida da IA
Com o novo patamar, a OpenAI ultrapassou a SpaceX, de Elon Musk, avaliada em torno de US$ 400 bilhões, tornando-se a maior startup do mundo. O salto no valor reforça o apetite dos investidores por empresas que lideram o avanço em inteligência artificial e infraestrutura de data centers — um setor que promete movimentar trilhões de dólares nos próximos anos.
Apesar de ainda não registrar lucros, a OpenAI vem fechando contratos estratégicos de peso com empresas como Oracle e SK Hynix.
Microsoft e mudanças na estrutura
O movimento ocorre em meio a negociações da OpenAI com a Microsoft para transformar sua estrutura em uma empresa de capital aberto com fins lucrativos, mantendo, no entanto, a entidade sem fins lucrativos que controla sua missão original. Fundada em 2015 como uma organização sem fins lucrativos, a empresa já vinha sendo criticada por mudanças em sua governança, especialmente após os bilhões recebidos da Microsoft desde 2019.
Elon Musk, cofundador da OpenAI, rompeu com a direção da empresa e chegou a processar a organização, acusando-a de desviar de seus princípios fundadores ao priorizar interesses comerciais.
Concorrência acirrada e retenção de talentos
Além da pressão judicial, a OpenAI enfrenta disputa intensa por talentos. Gigantes como a Meta têm oferecido pacotes milionários para atrair pesquisadores de IA, numa corrida para formar equipes capazes de desenvolver sistemas de “superinteligência”. Nesse contexto, a venda secundária de ações surge também como ferramenta para reter funcionários e incentivar a permanência dos principais nomes da companhia.
O negócio não alcançou o teto de US$ 10 bilhões autorizado para venda de ações, o que, segundo fontes consultadas pela Bloomberg, pode sinalizar a confiança de parte dos funcionários na solidez e nas perspectivas de longo prazo da OpenAI.
Novos lançamentos e a disputa global
Na frente tecnológica, a OpenAI tenta manter sua liderança frente a concorrentes como Google e Anthropic. Em agosto, a empresa lançou seu modelo mais avançado, o GPT-5, voltado a aplicações em programação e redação, e também disponibilizou versões abertas capazes de replicar processos de raciocínio humano. As novidades surgem meses depois da repercussão mundial do software aberto da chinesa DeepSeek, que chamou atenção por sua capacidade de rivalizar com modelos ocidentais.