Nas conversas com Alckmin, EUA insistem no “caso Bolsonaro” para reverter tarifaço
Durante reuniões, representantes do governo norte-americano condicionam a negociação das tarifas à uma pausa nas investigações contra Jair Bolsonaro
247 - O governo dos Estados Unidos tem condicionado qualquer avanço nas negociações sobre o aumento tarifário contra produtos brasileiros ao contexto político envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação foi revelada ao jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, por um interlocutor direto do vice-presidente Geraldo Alckmin, que participou de duas reuniões recentes com o secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick.
Apesar dos esforços diplomáticos, não houve qualquer progresso concreto nas tratativas. Isso porque, segundo a mesma fonte, Lutnick insiste em introduzir nas conversas as objeções políticas do presidente Donald Trump, principalmente em relação à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso de Bolsonaro.
Recentemente, Lutnick descartou que as tarifas contra o Brasil fosse adiadas. “Com certeza não haverá mais prorrogações, não haverá mais [período de] carência. As tarifas estão programadas para o dia 1º de agosto. Colocaremos a Alfândega para começar a coletar o dinheiro”, afirmou.
Mesmo indicando que Trump estaria aberto a dialogar com “grandes economias”, o secretário reconheceu que essas conversas poderão esbarrar em dificuldades, evidenciando o entrave político que marca o atual impasse entre os dois países.
Na tentativa de estabelecer outros canais de diálogo, Alckmin também participou, nesta terça-feira (29), de uma reunião com empresas de tecnologia. O encontro contou com a presença remota de um representante do Departamento de Comércio norte-americano.
“Foi uma reunião bastante proveitosa. Tiramos até uma mesa de trabalho para discutir, em seguida, uma série de questões voltadas à questão das 'big techs'”, afirmou o vice-presidente no Palácio do Planalto.
“Mas o tema da regulamentação das big techs não deve ser discutido com pressa”, acrescentou. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem reiterado que o Brasil não aceitará pressões políticas disfarçadas de disputas comerciais e defende a soberania nacional, inclusive no que diz respeito à regulação do setor digital.
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