ONU alerta que plano de Israel para Gaza pode gerar nova calamidade
Subsecretário-geral da ONU alerta para riscos de catástrofe humanitária e repercussões regionais caso plano seja implementado
247 - O plano israelense para a tomada da cidade de Gaza pode desencadear “uma nova calamidade” com graves repercussões “em toda a região”, alertou Miroslav Jenca, subsecretário-geral da ONU para Europa, Ásia Central e Américas, em declaração feita no domingo (10), durante reunião de emergência do Conselho de Segurança dedicada ao conflito. A informação é da agência RFI.
“Já estamos testemunhando uma catástrofe humanitária de proporções inimagináveis em Gaza”, afirmou Jenca, ressaltando que, caso o plano de tomada da cidade seja implementado, “correm o risco de provocar uma nova calamidade em Gaza, com repercussões em toda a região, causando novos deslocamentos forçados, mortes e destruição, agravando ainda mais o sofrimento insuportável da população”.
Antes da reunião do Conselho de Segurança, o representante da Eslovênia, Samuel Zbogar, que falava em nome dos quatro países da União Europeia com assento no órgão (Dinamarca, Grécia, França e Eslovênia), também condenou o plano israelense.
“Reiteramos que qualquer tentativa de anexação ou expansão de colônias, qualquer violação do direito internacional ou ampliação das operações militares apenas colocará ainda mais em risco a vida de todos os civis em Gaza, incluindo a dos reféns restantes, e causará sofrimento desnecessário adicional”, declarou.
Em Jerusalém, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu reafirmou, em entrevista coletiva no domingo, que o plano de conquista da cidade de Gaza é “a melhor maneira de terminar a guerra”, conflito que já dura 22 meses no território palestino. “O novo plano não visa ocupar Gaza, mas desmilitarizá-la”, reiterou o premiê.
O cenário é agravado pela forte pressão interna em Israel. A coalizão governamental, composta em parte pela extrema-direita, demonstrou discordância com o plano considerado “pouco ambicioso”. Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional e um dos membros mais radicais do governo, resumiu sua posição dizendo: “Eu quero toda Gaza, a transferência (da população) e a colonização”.
Do lado internacional, os Estados Unidos, membro permanente do Conselho de Segurança com poder de veto, devem atuar para proteger Israel de possíveis medidas de censura da ONU. Enquanto isso, fora da sede das Nações Unidas, em Nova York, manifestantes protestaram no domingo pedindo o fim imediato do conflito, sob forte presença policial.
A situação em Gaza permanece crítica, com mais de dois milhões de pessoas enfrentando uma “fome generalizada”, segundo alertas recentes da ONU. A comunidade internacional acompanha atentamente os desdobramentos, temendo que a escalada do conflito provoque ainda mais sofrimento e instabilidade regional.
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