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Medvedev ironiza Macron após queda de primeiro-ministro: “A França não tem presidente”

Ex-presidente russo comparou Emmanuel Macron a um “galo neocolonialista” e disse que até os cossacos de 1814 teriam governado melhor o país

Medvedev ironiza Macron após queda de primeiro-ministro: “A França não tem presidente” (Foto: TASS/Yekaterina Shtukina)

247 – O ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, ironizou nesta segunda-feira (6) a crise política que abala o governo da França, após a queda do primeiro-ministro Sebastien Lecornu, que permaneceu no cargo por apenas 27 dias — o mandato mais curto da história da Quinta República Francesa. A notícia foi publicada originalmente pela RT Brasil.

Em postagem em suas redes sociais, Medvedev atacou o presidente francês Emmanuel Macron, afirmando que “a França não tem presidente” e comparando a atual liderança política ao passado histórico francês.

 “Um triste recorde: o governo francês durou 14 horas. E tudo porque a França não tem presidente. Há um advogado brilhante de Kiev, um amigo próximo da Alemanha e da Grã-Bretanha, um árbitro neocolonialista falante na África. E o galo Micron [presidente francês Emmanuel Macron] não dá a mínima para a França. Até os cavalos dos nossos cossacos que entraram em Paris em 1814 teriam feito seu trabalho melhor”, escreveu Medvedev.

Crise política aprofunda isolamento de Macron

A crise foi deflagrada pela renúncia de Sebastien Lecornu, que alegou não ser possível continuar “quando as condições não são adequadas”, acusando setores políticos de “fingirem não ver progressos” no país. Lecornu havia sido nomeado em 9 de setembro, substituindo François Bayrou, e sua saída aprofundou o desgaste do governo Macron.

A renúncia provocou turbulência nos mercados financeiros: o euro e as ações francesas registraram queda imediata, refletindo a crescente instabilidade política e a percepção de paralisia administrativa em Paris.

Oposição pede renúncia de Macron e eleições antecipadas

Líderes de diferentes partidos franceses reagiram à crise pedindo a renúncia de Macron e a convocação de eleições parlamentares antecipadas.

 “Três primeiros-ministros foram derrotados em menos de um ano. A contagem regressiva começou”, declarou Mathilde Panot, do partido França Insubmissa.

Outros nomes da oposição, como Florian Philippot, Jean-Luc Mélenchon e Marine Le Pen, também pediram a dissolução do governo e novas eleições, acusando Macron de ter perdido o controle político e a legitimidade para governar.

A série de crises sucessivas coloca o presidente francês sob intensa pressão interna e internacional, em um momento em que o país enfrenta desafios econômicos, greves e protestos sociais. A ironia de Medvedev — carregada de sarcasmo e alusões históricas — amplia o tom das críticas externas ao enfraquecido governo de Emmanuel Macron.

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