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Macron ignora apelos por renúncia enquanto resiste a sua pior crise política

Novo governo francês é pressionado pela esquerda e pela extrema direita, pouco após criação de novo gabinete

O presidente da França, Emmanuel Macron, em Paris - 14/07/2025 (Foto: REUTERS/Gonzalo Fuentes)

247 - O presidente da França, Emmanuel Macron, rejeitou os clamores por sua renúncia nesta segunda-feira (13), informou a agência Reuters, acrescentando que o novo governo permanece ameaçado por duas moções de desconfiança.

As petições podem derrubá-lo até o final da semana. Tanto o partido de esquerda França Insubmissa (LFI, na sigla local) quanto o partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN) apresentaram moções de desconfiança nesta segunda-feira.

Macron foi desafiador, transferindo a culpa para seus rivais por, segundo ele, "desestabilizar a França", e dizendo que não tem planos de renunciar antes que seu segundo e último mandato terminasse em 2027.

"Eu garanto a continuidade e a estabilidade, e continuarei a fazê-lo", disse ele, embrulhando seu discurso com um "pedido à população" que não se esqueça de que o mandato dado ao presidente significa "servir, servir e servir".

Na última sexta-feira (3), Macron nomeou novamente Sebastien Lecornu, que havia renunciado ao cargo de primeiro-ministro no início daquela semana. O gabinete de Macron anunciou o novo gabinete no final do domingo (12), com muitos dos principais cargos permanecendo inalterados, apesar da promessa do primeiro-ministro de nomear ministros que incorporem "renovação e diversidade".

A França, segundo a Reuters, enfrenta, está no meio de sua pior crise política "em décadas". Uma sucessão de governos de direita neoliberal, minoritários, tenta impor cortes radicais nos orçamentos diante de uma legislatura dividida em três blocos ideológicos distintos.

Os socialistas defendem que Lecornu revogue a impopular reforma previdenciária de Macron e implemente um imposto sobre os bilionários, medidas que a direita neoliberal se recusa a apreciar. O presidente do RN, Jordan Bardella, questionado na emissora TF1 TV se apoiaria uma moção da esquerda, deu um raro indicativo positivo: "Não sou sectário... Acredito que o interesse da França hoje é garantir que Emmanuel Macron seja impedido de seguir seu caminho".

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