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Lula e Trump conversam sobre tarifas por videochamada

Reunião entre os dois presidentes abordou tensões comerciais e busca de soluções para evitar retaliações

Lula e Donald Trump - 23 de setembro de 2025 (Foto: Reuters)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou na manhã desta segunda-feira, por videochamada, com o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O diálogo ocorreu em meio ao aumento das tensões diplomáticas entre os dois países, provocado pela decisão de Washington de impor novas tarifas sobre produtos brasileiros.

De acordo com informações publicadas pela Band, o contato entre os dois líderes foi articulado durante o fim de semana, em tratativas entre o Itamaraty e a Casa Branca. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o vice-presidente Geraldo Alckmin também participaram do encontro.

 O principal objetivo da conversa foi discutir as recentes barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos e encontrar alternativas para evitar uma escalada nas medidas de retaliação entre as duas economias.

Fontes do Ministério das Relações Exteriores indicaram que Lula reforçou o interesse do Brasil em uma solução negociada, buscando preservar o fluxo comercial entre os países. O presidente brasileiro teria destacado que o diálogo é essencial para manter abertos os canais de cooperação e defender os setores mais afetados pelas novas tarifas, como o de aço, alumínio e biocombustíveis.

Ainda segundo fontes do governo, a videochamada também serviu como preparação para um possível encontro presencial entre Lula e Trump. A reunião poderia ocorrer ainda neste mês, durante um evento internacional programado para a Malásia, caso haja avanços nas negociações em curso.

A expectativa é de que o Palácio do Planalto divulgue, nas próximas horas, uma nota oficial com detalhes sobre o tom da conversa e os principais pontos abordados. A reunião, que ocorre em um momento de forte tensão comercial, é vista como um teste importante para a capacidade de ambos os governos de reconstruir pontes diplomáticas e econômicas após as recentes medidas protecionistas adotadas por Washington.

Diplomacia cautelosa

Fontes do Itamaraty revelaram que auxiliares de Lula defendiam que o primeiro contato ocorresse por meio virtual antes de uma reunião presencial, a fim de permitir que os presidentes pudessem identificar convergências e divergências nas negociações comerciais. O objetivo seria construir gradualmente uma relação de confiança.

O chanceler Mauro Vieira confirmou que Lula e Trump têm um “contato combinado” e que novas conversas devem ocorrer. A diplomacia brasileira, no entanto, adota uma postura discreta diante da relação entre os dois governos, marcada por desafios desde que Trump foi eleito no fim de 2024.

Relação delicada e receios diplomáticos

Diplomatas brasileiros avaliam que a postura imprevisível do presidente norte-americano exige cautela. Há preocupação de que membros do governo dos Estados Unidos possam tentar dificultar uma aproximação entre os dois países, especialmente após a implementação do tarifaço.

A decisão de Trump de impor as novas tarifas foi justificada com base em alegações de desequilíbrio comercial — argumento contestado por dados oficiais, que apontam inexistência de déficit dos EUA em relação ao Brasil. O líder norte-americano também associou a medida a questões políticas, mencionando o processo e a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro foi sentenciado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe e outros crimes.

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