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Luizianne e demais brasileiros presos ilegalmente por Israel recebem assistência do Itamaraty

Foram mais de oito horas de procedimentos relacionados às prisões de ativistas que levariam ajuda para a Faixa de Gaza

Luizianne Lins (Foto: REUTERS/Ammar Awad | Renato Araújo/Câmara dos Deputados)

247 - Após quase dois dias sem qualquer contato, a deputada Luizianne Lins (PT-CE) recebeu a primeira visita de diplomatas da Embaixada do Brasil em Israel. Foram mais de oito horas de procedimentos relacionados à detenção. Pelo menos 13 brasileiros foram presos. A visita contou também com a presença de diplomatas de outros países. Forças israelenses prenderam mais de 400 ativistas que levariam ajuda à Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde local, mais de 66 mil palestinos morreram vítimas dos ataques israelenses desde outubro de 2023. 

A parlamentar do PT também recebeu assistência do Centro Jurídico para os Direitos das Minorias Árabes em Israel – Adalah, primeiro centro jurídico administrado por árabes palestinos em Israel.

A diplomacia brasileira fez dois encontros com a delegação brasileira, um com as mulheres, incluindo Luizianne, e outro com todos os homens. Apesar de estarem todos e todas em condições gerais de saúde estáveis, segundo os relatos, no primeiro dia em que foram sequestrados, interrogados e presos, o governo de Israel não lhes ofereceu comida e água. 

Alguns, de acordo com a organização da missão humanitária, começaram a fazer greve de fome para pressionar o governo israelense a darem fim ao massacre do povo palestino de Gaza, que sofre com as explosões, com ferimentos, doenças, fome e sede, em especial crianças.

O grupo participava de uma iniciativa para levar medicamentos e alimentos ao povo palestino e tinha entre seus integrantes a deputada federal Luizianne em Missão oficial pela Câmara, como observadora internacional. As embarcações que transportavam a missão humanitária foram interceptadas pela Marinha israelense em águas internacionais entre a quarta (1/10) e a quinta-feira (2/10).

Ainda segundo relatos das pessoas sequestradas e presas pelo Governo de Israel, durante a interceptação dos barcos em meio a águas internacionais do Mediterrâneo, os militares israelenses fizeram uma abordagem ostensiva e utilizaram armamento pesado, inclusive no veleiro onde estava a deputada Luizianne, o Grande Blu. 

Não houve resistência por parte dos cerca de 500 integrantes da missão, vindos de mais de 40 países. A missão tinha caráter e objetivos totalmente pacíficos. O traslado até a prisão estendeu-se por toda a noite do 01 para o dia 02/10.

A situação continua sendo acompanhada de perto pelo Itamaraty e por organismos internacionais de defesa dos direitos humanos.

Mais estatísticas

Segundo informações do Ministério da Saúde palestino, os bombardeios israelenses já resultaram em mais de 66 mil mortes.

Além das ofensivas militares, Israel mantém bloqueios que impedem a chegada de ajuda humanitária, restringindo o acesso da população a alimentos e medicamentos. Em 22 de agosto, a Organização das Nações Unidas declarou que mais de 500 mil pessoas em Gaza enfrentam fome — a primeira vez que a ONU reconhece formalmente a ocorrência de fome no Oriente Médio.

Entre as medidas adotadas por Israel está a interceptação de embarcações que transportavam suprimentos ao território palestino. Essas operações deixaram mais de 400 pessoas desaparecidas.

Relatório da ONG internacional Oxfam apontou ainda que a intensificação das ações militares na Cidade de Gaza pode levar ao deslocamento forçado de quase um milhão de habitantes para chamadas “zonas humanitárias”, locais superlotados e sem condições adequadas de infraestrutura.

Tribunais 

A África do Sul apresentou denúncia contra Israel na Corte Internacional de Justiça, acusando-o de genocídio. No mesmo ano, em 2024, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Apesar das medidas judiciais, Tel Aviv ampliou sua ofensiva militar e endureceu as restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza. Fora da prisão, Netanyahu enfrenta crescente isolamento diplomático, já que países como Reino Unido, Canadá, Austrália, Portugal, França, Bélgica e Mônaco reconheceram oficialmente o Estado da Palestina.

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