Israel viola cessar-fogo e realiza ataque no sul do Líbano
Bombardeio em Ain Qana renova tensão entre Israel e Líbano e é condenado pela ONU e pela UNIFIL
247 - Um ataque de drone israelense atingiu nesta quarta-feira (22) a vila de Ain Qana, no sul do Líbano, provocando a morte de um civil. A ofensiva representa mais uma violação do acordo de cessar-fogo firmado em 27 de novembro de 2024 entre os dois países, segundo informou o portal Al Mayadeen.
Drones e aviões de reconhecimento israelenses têm sobrevoado Beirute e seus subúrbios ao sul em baixas altitudes nos últimos dois dias, incluindo a região do palácio presidencial em Baabda, na atividade aérea mais intensa sobre a capital desde o cessar-fogo de 2024.
Escalada de ataques e violações
Nos dias anteriores, em 20 de outubro, caças israelenses realizaram bombardeios nas proximidades das localidades de Jarmaq e al-Mahmoudiyah. Tropas israelenses estacionadas no posto avançado de Al-Summaqah também abriram fogo contra áreas de Kfar Shuba, lançando em seguida projéteis de artilharia na região.
Os ataques, que se estendem pelo sul do Líbano, pelo Vale do Bekaa e pelos arredores de Beirute, vêm resultando em dezenas de mortes e danos significativos à infraestrutura civil. Desde a assinatura do cessar-fogo, mais de 270 civis libaneses já foram mortos em ofensivas israelenses.
UNIFIL e ONU condenam ações de Israel
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) e outros observadores internacionais denunciaram os ataques e advertiram que a continuidade das ações israelenses pode intensificar as tensões e comprometer a estabilidade regional.A ONU e diversas organizações humanitárias pediram que Israel respeite o direito internacional e a integridade territorial do Líbano.No início do mês, em 12 de outubro, a UNIFIL já havia condenado outro episódio grave: um drone israelense lançou uma granada perto de uma posição da ONU em Kfar Kila, cidade na fronteira libanesa com a Palestina. Um soldado das forças de paz ficou ferido, mas recebeu atendimento médico imediato.Em comunicado oficial, a missão da ONU afirmou que “este é o segundo ataque com granada das FDI contra forças de paz neste mês”, classificando o ato como uma “grave violação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU”, que sustenta o cessar-fogo em vigor.
A UNIFIL reiterou que continuará a desempenhar seu mandato “com neutralidade e compromisso com a paz”, apesar das ameaças crescentes às suas tropas na fronteira.
O ataque israelense em Ain Qana reforça o clima de instabilidade na região e reacende o temor de uma escalada militar entre Israel e Líbano, num contexto em que os esforços diplomáticos para manter o cessar-fogo mostram sinais de fragilidade.


