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Israel realiza ataques contra jornalistas em Gaza para esconder a verdade, diz autoridade palestina

Brasil e ONU condenaram o ataque a jornalistas da Al Jazeera

Enlutados carregam o corpo do jornalista da Al Jazeera Anas Al Sharif durante funeral dele, de Mohammed Qreiqeh, Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e outro colega, mortos em um ataque israelense, na Cidade de Gaza - 11/08/2025 (Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas)

247 - Israel está deliberadamente atacando jornalistas na Faixa de Gaza para ocultar a realidade sobre o que acontece no enclave palestino, afirmou nesta segunda-feira Ismail al-Thawabta, diretor do escritório de mídia do governo de Gaza, à Sputnik.

No domingo, a emissora Al Jazeera noticiou a morte de quatro de seus funcionários, incluindo o conhecido repórter Anas Al-Sharif, após um ataque israelense contra uma tenda de jornalistas próxima a um hospital na Cidade de Gaza. As Forças de Defesa de Israel (FDI) admitiram o ataque contra Al-Sharif, acusando-o de trabalhar para o movimento palestino Hamas. Posteriormente, a emissora atualizou para cinco o número de seus profissionais mortos no bombardeio israelense em Gaza.

“Este crime evidencia o desejo constante de Israel de silenciar a voz da verdade sobre o que acontece na Faixa de Gaza. Condenamos veementemente o assassinato direcionado de jornalistas”, declarou al-Thawabta.

Ele também apelou a todos os sindicatos e organizações internacionais de jornalistas para que condenem os ataques sistemáticos do exército israelense contra profissionais da imprensa na Faixa de Gaza.

Mais cedo, Tahsin al-Astal, vice-chefe do Sindicato de Jornalistas Palestinos, disse à agência Sputnik que o número de jornalistas mortos no ataque israelense contra uma tenda de imprensa em Gaza havia subido para seis, elevando para 238 o total de profissionais de imprensa mortos na região desde outubro de 2023, com mais de 500 feridos. Ele acrescentou que o sindicato já havia recorrido ao Tribunal Penal Internacional para responsabilizar os autores dos assassinatos de jornalistas em Gaza.

No início de junho, al-Astal relatou à Sputnik que quatro funcionários de canais de TV via satélite árabes morreram em um ataque israelense contra a tenda deles no Hospital Batista Árabe Al-Ahli, na Cidade de Gaza, destacando que o alvo foi especificamente o espaço destinado à imprensa.

Em 7 de outubro de 2023, Israel sofreu um ataque sem precedentes com foguetes disparados da Faixa de Gaza. Em seguida, militantes do Hamas invadiram áreas de fronteira, abriram fogo contra militares e civis e fizeram mais de 200 reféns. Segundo as autoridades, cerca de 1.200 pessoas foram mortas no lado israelense.

Em resposta, as FDI lançaram a Operação Espadas de Ferro, que incluiu bombardeios contra alvos civis e anunciou o bloqueio total da Faixa de Gaza — interrompendo o fornecimento de água, eletricidade, combustível, alimentos e medicamentos. Os combates, interrompidos por breves cessar-fogos, deixaram mais de 61 mil palestinos e cerca de 1.500 israelenses mortos, se estenderam ao Líbano e ao Iêmen e provocaram trocas de ataques com mísseis entre Israel e Irã.

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