Al Jazeera acusa Israel de assassinato deliberado de jornalistas em Gaza
Em nota, emissora afirma que ataque foi tentativa de “calar vozes” antes da invasão e responsabiliza Exército e governo israelense
247 - O canal de televisão Al Jazeera acusou Israel de matar deliberadamente cinco jornalistas na Faixa de Gaza, incluindo dois de seus repórteres, em um ataque que classificou como “tentativa desesperada de silenciar vozes” antes da invasão do território. A ação teria ocorrido de forma planejada e com o objetivo de impedir que a realidade do conflito seja revelada ao mundo.
De acordo com informações da Agência Anadolu, a emissora sediada no Catar divulgou nota responsabilizando diretamente o Exército e o governo israelenses pelo bombardeio a uma tenda de imprensa próxima ao Hospital Al-Shifa, em Gaza City. Entre as vítimas estão Anas Al-Sharif e Mohamed Qraiqea, jornalistas do canal.
“A responsabilidade por este ataque recai inteiramente sobre o Exército e o governo israelenses”, afirmou a rede de TV.
A Al Jazeera destacou que autoridades israelenses vinham incitando publicamente a perseguição a Al-Sharif e seus colegas. Segundo a emissora, ele era “um dos jornalistas mais corajosos a documentar a fome imposta pelas forças de ocupação israelenses ao povo de Gaza”, e sua morte faz parte de um plano para eliminar vozes críticas no território.
Assassinato em meio à ofensiva genocida
O comunicado afirma que a ação ocorreu durante a campanha de genocídio conduzida por Israel há 22 meses e poucos dias após o anúncio oficial do plano de ocupação de Gaza. A emissora acrescentou que o próprio governo israelense admitiu que o bombardeio foi um “ato deliberado e desprezível” contra a tenda de jornalistas.
Para a Al Jazeera, trata-se de um novo ataque, aberto e planejado, contra a liberdade de imprensa, cujo objetivo é “impedir que as últimas vozes em Gaza revelem ao mundo a verdadeira tragédia”.
“Contar a verdade se tornou uma ameaça aos olhos de Israel”, reforçou a emissora.
Rejeição às justificativas israelenses
A rede rejeitou as alegações do Exército de que Anas Al-Sharif seria “líder de uma célula do Hamas” e estaria envolvido no planejamento de ataques com foguetes contra Israel. A Al Jazeera lembrou que o jornalista já havia afirmado não ter qualquer filiação política e que sua atuação profissional era pautada na objetividade e na busca pela verdade.
O comunicado também advertiu que a impunidade para crimes cometidos por Israel “apenas incentiva novos massacres” e apelou para que a comunidade internacional intervenha diante das violações.
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