Israel e Hamas preparam reféns para troca de prisioneiros
Transferência de detentos palestinos ocorre enquanto EUA afirmam que reféns do Hamas estão sendo resgatados
247 - Israel iniciou a transferência de prisioneiros palestinos neste sábado (11), com o objetivo de realizar a troca por reféns mantidos pelo Hamas em Gaza. A movimentação foi confirmada pelo governo de Tel Aviv, poucas horas após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicando que as operações de resgate dos sequestrados estavam em andamento, informa a Folha de S. Paulo.
O Serviço Prisional de Israel informou que milhares de agentes de segurança participaram da transferência, que ocorreu durante a noite, levando os detidos para as prisões de Ofer e Ketziot, de onde devem ser libertados.
O anúncio de Tel Aviv seguiu uma declaração de Trump na noite de sexta-feira (10), em que o presidente norte-americano afirmou que os reféns estavam sendo recuperados "neste momento" e que alguns se encontravam em "locais subterrâneos bastante difíceis". Trump ainda afirmou que a expectativa era de que os sequestrados fossem devolvidos a Israel até segunda-feira (13). O acordo de paz em andamento, baseado em um plano de 20 pontos proposto pelo presidente republicano, prevê a libertação de 47 reféns, tanto vivos quanto mortos, dos 251 sequestrados pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro de 2023. Em troca, Israel liberaria 250 prisioneiros palestinos e 1,7 mil moradores de Gaza detidos desde o início da guerra, sem incluir figuras de destaque da luta armada palestina.
Em entrevista, Trump comentou sobre o progresso das negociações. “Acho que há consenso sobre a maior parte [do acordo], e alguns detalhes, como qualquer outra coisa, serão resolvidos. Você vai descobrir que, quando estava sentado em uma bela sala no Egito, era mais fácil resolver alguma coisa”, disse o presidente, fazendo referência ao local onde as conversações ocorreram.
Apesar das negociações, o desarmamento do Hamas continua sendo um dos principais impasses. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reiterou que o objetivo do conflito era desmantelar o grupo, enquanto o Hamas se recusa a entregar suas armas sem a criação de um Estado palestino. Um membro do grupo, em entrevista à agência AFP, afirmou que o desarmamento está "fora de discussão", embora Trump tenha sugerido que o tema poderia ser abordado na segunda fase do plano de paz.
A reconstrução de Gaza também é uma questão ainda sem solução, devido à devastação causada pelos bombardeios israelenses. Segundo o Banco de Dados de Localização e Eventos de Conflitos Armados (Acled), o Exército israelense atacou a região ao menos 20 mil vezes durante o conflito. Estima-se que as cerca de 50 milhões de toneladas de escombros possam levar até 21 anos para serem removidas, conforme avaliação da ONU em janeiro deste ano.


