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Israel ajudou a redigir plano de Trump para Gaza

Documento deixa em aberto a possibilidade de criação de um Estado palestino soberano, apenas mencionando o desejo do povo palestino por autodeterminação

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reúnem na Casa Branca - Washington, D.C., EUA - 29/09/2025 (Foto: REUTERS/Jonathan Ernst)

247 - Israel contribuiu na formulação do plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para uma solução do conflito na Faixa de Gaza e exigiu diversas alterações, informou o jornal Wall Street Journal, citando autoridades não identificadas.

Na segunda-feira (29), a Casa Branca divulgou seu "plano de paz", composto por 20 pontos. Segundo a rede Al Jazeera, que citou uma fonte diplomática, Egito e Catar entregaram o documento ao Hamas, que se comprometeu a analisá-lo. A proposta de Trump prevê, entre outros pontos, um cessar-fogo imediato e a libertação de reféns em até 72 horas. Ela também determina que o Hamas e “outros grupos” renunciem a qualquer participação no governo de Gaza, direta ou indiretamente. O enclave seria administrado por um “comitê palestino tecnocrático e apolítico”, supervisionado por um organismo internacional presidido pelo próprio Trump.

De acordo com a reportagem, Israel ajudou a moldar o plano e insistiu em diversas emendas, que foram incorporadas à versão final. O documento deixa em aberto a possibilidade de criação de um Estado palestino soberano, apenas mencionando o desejo do povo palestino por autodeterminação. 

Autoridades árabes ouvidas pelo jornal afirmaram ainda que a Arábia Saudita dificilmente financiará a proposta de Trump sem a inclusão de uma solução de dois Estados para o conflito.

Genocídio palestino 

Em 7 de outubro de 2023, Israel sofreu um ataque lançado da Faixa de Gaza. Na ocasião, militantes do Hamas atravessaram áreas de fronteira, atacaram militares e civis e sequestraram mais de 200 pessoas. Segundo as autoridades israelenses, cerca de 1.200 pessoas foram mortas no ataque. Israel então lançou a "Operação Espadas de Ferro" e anunciou um bloqueio total à Faixa de Gaza, suspendendo o fornecimento de água, eletricidade, combustível, alimentos e medicamentos. De acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 65,4 mil palestinos foram mortos e mais de 167,1 mil ficaram feridos em decorrência da ofensiva israelense desde outubro de 2023. (Com informações da Sputnik). 

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