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Irã enforca agente do Mossad acusado de "guerra contra Deus" em meio à ofensiva de Israel

Execução ocorre no quarto dia de confronto direto entre Teerã e Tel Aviv, com mais de 200 mortos no Irã e ataques a instalações militares e nucleares

Bandeira iraniana (Foto: REUTERS/Lisa Leutner)
Guilherme Levorato avatar
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247 - A Justiça iraniana anunciou, nesta segunda-feira (16), a execução por enforcamento de um homem identificado como Esmaeil Fekri, acusado de ser agente do Mossad, serviço secreto israelense. A informação foi divulgada pelo site Mizan Online, órgão de imprensa vinculado ao Judiciário do Irã, e repercutida pela agência AFP e o jornal O Globo. A execução ocorre no contexto da intensificação do confronto entre Teerã e Tel Aviv, que já deixou centenas de mortos e reacendeu o temor de uma guerra regional de grandes proporções.

Segundo a agência, Fekri foi condenado por crimes considerados gravíssimos pela legislação iraniana: "corrupção na Terra" e "moharebeh", termo islâmico que significa “guerra contra Deus”. Ainda de acordo com o Mizan Online, a pena capital foi aplicada após o cumprimento de todos os trâmites judiciais.

A medida foi anunciada no quarto dia de escalada entre os dois países, marcados por décadas de hostilidade e disputas indiretas em território de nações vizinhas. Desde a última sexta-feira (13), Israel tem conduzido uma ofensiva contra alvos militares e nucleares no território iraniano, justificando os ataques como tentativa de neutralizar o programa atômico e balístico da República Islâmica. Entre os mortos confirmados pelas autoridades iranianas, estão altos comandantes militares e cientistas ligados à área nuclear. O número oficial de mortos do lado iraniano já chega a 224, incluindo civis.

Em resposta, o Irã lançou sucessivas ofensivas com drones e mísseis contra o território israelense, causando a morte de ao menos 24 pessoas, de acordo com o gabinete do primeiro-ministro israelense.

Diante do cenário de guerra, o chefe do Judiciário iraniano, Gholamhossein Mohseni Ejei, fez um apelo público por agilidade nos julgamentos envolvendo suspeitos de espionagem para Israel. “Se uma pessoa for detida por vínculos com o regime sionista e tiver colaborado com ele, seu julgamento e sentença devem ser realizados muito rapidamente, em conformidade com a lei e levando em conta as condições de guerra”, declarou Ejei, segundo informou a agência iraniana Tasnim.

O conflito levou ao fechamento do espaço aéreo em diversos países do Oriente Médio e tem gerado apreensão internacional diante da possibilidade de novos desdobramentos militares, especialmente após os ataques a instalações sensíveis no território iraniano. A execução de Fekri, neste contexto, sinaliza a disposição do regime iraniano em endurecer sua retórica e práticas judiciais contra qualquer suspeita de colaboração com o Estado de Israel, que o Irã considera seu inimigo mortal.

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