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Holocausto Palestino completa dois anos, diz Fepal no aniversário do 7 de Outubro

Entidade divulgou nota no marco dos dois anos do genocídio em Gaza

Palestinos desesperados aguardam para receber comida em Khan Younis, na Faixa de Gaza, em meio aos ataques de Israel - 04/08/2025 (Foto: REUTERS/Hatem Khaled)

247 - A Federação Árabe Palestina do Brasil, a Fepal, divulgou nesta terça-feira (7) uma nota em que condena duramente o genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza.

A entidade detalha que mais de 79 mil palestinos foram mortos no Holocausto Palestino e afirma que Israel "atualizou Auschwitz na tecnologia do extermínio e o transmitiu ao vivo".

"O sionismo e 'israel' são vergonha ocidental maior que a outra, o nazismo, sempre escondido de seu DNA ocidental, mas não porque o extermínio em Gaza traz números superiores, proporcionalmente, aos nazistas, mas porque o Holocausto Palestino simplesmente não pode ser negado e toda a humanidade sabe quem o comete", diz a nota da Fepal.

Nota pública da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) - Hoje será dia de dupla efeméride em vista dos dois anos de solução final em Gaza, iniciada nestes mesmos dia e mês de 2023. De um lado a farsa dos genocidas que precisam esconder suas autorias, de Trump/Biden a Netanyahu, da Rede Globo e congêneres aos CNPJs de Cristo, e de outro o povo palestino e a humanidade, que denunciam e reagem, nas ruas às multidões e nas indignações íntimas ainda mais multitudinárias, ao maior genocídio da história e o primeiro televisionado.

Em dois anos de obscenidade assassina de “israel” e seus fiéis aliados (regimes) “ocidentais”, o mundo assistiu à maior matança de civis de todos os tempos no maior campo de concentração e extermínio da história, a Gaza palestina, num reality show que atualizou Auschwitz na tecnologia do extermínio e o transmitiu ao vivo, levando os corpos destroçados de crianças e mulheres às salas de todas as famílias ao redor do planeta como trunfo tecnológico e ação “civilizatória” de uma alegada “civilização judaico-cristã”.

Os números são aterradores e proporcionalmente inigualáveis. Os exterminados são 79.408, considerados desaparecidos sob escombros, 3,57% da população de Gaza. Seriam 7,6 milhões no Brasil, ou 172 vezes todas as mortes violentas registradas no Brasil em 2024 (44.127). Ou 27 milhões na Europa da 2ª Guerra Mundial, chegando a 81 milhões em eventuais seis anos daquela guerra hoje. Estes são os dados mais conservadores, porque reconhecidamente eivados de subnotificação.

O Holocausto Palestino pode alcançar 348,8 mil exterminados (The Lancet, 5 de julho de 2024), ou 15,4% da demografia deste território palestino, o que equivaleria a 32,8 milhões de brasileiros exterminados e a 116,2 milhões de pessoas na Europa da 2ª GM, ou 348,4 milhões, nesta escala “israelense”, na eventual repetição dos 6 anos de sua duração, 5 vezes mais que os até 70 milhões que morreram no período hitleriano, na Europa e fora dela.

O extermínio metódico de crianças palestinas em Gaza supera qualquer obscenidade humana conhecida: 10.306 por milhão de habitantes do território, contra 2.813 por milhão na Europa da 2ª GM. Ou seja: EUA e “israel”, mais seus aliados no Brasil e no mundo, exterminam, por milhão de habitantes, 3,66 vezes mais crianças palestinas em Gaza que europeias durante o período nazista.

E tudo isso numa Gaza de apenas 365 km², 22% do território da cidade de São Paulo, bloqueada por “israel” desde 1967, e ainda mais a partir de 2007, para se tornar o primeiro campo de concentração com extermínio televisionado. É como se Auschwitz fosse televisionada 24 horas por dia e sua defesa estivesse nas telas da Globo e congêneres, bem como nos púlpitos dos negociantes da fé que utilizam um farsesco deus étnico para defender o extermínio palestino como expressão de uma certa – e inventada – vontade divina.

Mais terrível e perigoso que os números é o aviso dado à humanidade, que se vê humanizada nos palestinos ao entender, pela primeira vez na história, o que são crimes de lesa-humanidade, isto é, crimes contra toda a humanidade, logo, contra cada pessoa que assiste ao vivo ao Holocausto Palestino, inclusive israelense.

Ao tempo de Auschwitz a humanidade não o assistiu, nem aos demais campos de concentração. Por esta razão, foram as máquinas de propaganda dos estados em guerra contra o nazismo que construíram uma opinião pública contrária à Alemanha Nazista. Agora, com Gaza, temos o inverso: as máquinas de propaganda destes mesmos estados defendendo “israel” e seu regime sionista, o equivalente à Alemanha nazista de outrora.

Assim, a opinião pública hoje contrária a “israel” – na Europa é superior a 70%, nos EUA 53%, nos países do G7 é de 64% e no Brasil 58% – desafia seus estados e governos e toda sua máquina de propaganda de guerra promotora do genocídio palestino, que se realiza por meio da mídia hegemônica, que no Brasil tem a Rede Globo à frente, malgrado uma rebelião silenciosa em suas redações, bem como nas de outros veículos de comunicação do mainstream.

O primeiro holocausto televisionado da história, o palestino em Gaza, produziu algo impensado: fez com que a humanidade entendesse o que é um crime de lesa-humanidade, que a atinge quando cometido em qualquer lugar e contra qualquer povo, distante e desconhecido que seja. Auschwitz não deu à humanidade esta oportunidade porque o que ali acontecia não era de conhecimento da humanidade. Gaza está nas telas de cada celular, computador ou televisor, sem filtros, isto é, não é um crime passível de negacionismo, ainda que os sionistas se comportem como os negacionistas mais desavergonhados da história, até porque são os genocidas de plantão.

O sionismo e “israel” são vergonha ocidental maior que a outra, o nazismo, sempre escondido de seu DNA ocidental, mas não porque o extermínio em Gaza traz números superiores, proporcionalmente, aos nazistas, mas porque o Holocausto Palestino simplesmente não pode ser negado e toda a humanidade sabe quem o comete.

Se “israel” nasceu da Nakba Palestina (1947/51), a maior limpeza étnica da história, para esconder fora da Europa os crimes antijudeus ocidentais, é hoje a pequena Gaza, maior abrigo de refugiados e descendentes daqueles refugiados roubados e expulsos pelos sionistas, que mostra ao mundo o que são o “ocidente” e sua carreira colonial genocidária, sepultando sua alegada superioridade ética em seus escombros e em meio aos cadáveres das crianças cujos sangues inocentes derramados assombrarão seus algozes para todo sempre.

Palestina Livre a partir do Brasil, 7 de outubro de 2025, 78º ano da Nakba e 2º do Genocídio

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