Hamas convoca mobilização mundial contra genocídio em Gaza e apela à solidariedade dos povos
Organização palestina denuncia extermínio e fome sistemática promovidos por Israel e pede pressão política e popular global para pôr fim aos massacres
247 - O Movimento de Resistência Islâmica Palestina (Hamas) convocou neste sábado (19) uma ampla mobilização mundial em protesto contra a “guerra de extermínio e fome” promovida por Israel na Faixa de Gaza. A informação é da rede HispanTV, que destacou o apelo urgente feito pelo grupo aos países árabes e islâmicos, bem como às forças progressistas e aos povos do mundo, para que se manifestem em solidariedade ao povo palestino.
A convocatória tem como data simbólica o domingo, 20 de julho, mas, segundo o Hamas, a mobilização deve se estender pelos dias seguintes. “Que amanhã, domingo, 20 de julho, e os próximos dias sejam dias globais memoráveis e uma mobilização internacional de solidariedade, na qual participem todas as forças livres e povos do mundo, para denunciar e condenar os crimes de extermínio contra pessoas inocentes e civis, incluindo crianças, mulheres e doentes”, afirma o comunicado.
O Hamas denuncia que mais de dois milhões de pessoas em Gaza enfrentam uma fome sistemática, agravada pela destruição de infraestrutura civil e o bloqueio contínuo do território. “A mobilização ocorre no contexto da guerra de extermínio e fome travada pelo gabinete de ocupação fascista e seu exército sionista contra nosso povo na Faixa de Gaza”, diz a nota. O movimento acusa Israel de violar “todas as normas, valores humanos e leis divinas”, num cenário de “agressão bárbara sem precedentes na história”.
A organização também critica com veemência a passividade internacional. “Silêncio, inação e incapacidade de deter a agressão e acabar com esta guerra de extermínio e fome”, resume o comunicado, que pede uma resposta firme das nações islâmicas e da opinião pública global.
Ainda segundo a HispanTV, o Hamas renovou o chamado para que a mobilização ocorra por meio de marchas, protestos, atos simbólicos e manifestações institucionais. “Exercendo todos os tipos de pressão política, diplomática, parlamentar, trabalhista e estudantil, em solidariedade à Faixa de Gaza”, orienta a organização.
Desde o início da ofensiva israelense em outubro de 2023, mais de 58.600 palestinos foram mortos, segundo dados compilados por agências humanitárias, sendo a maioria mulheres e crianças. Apenas nas últimas semanas, cerca de 900 pessoas perderam a vida enquanto aguardavam ajuda humanitária, muitas delas perto de pontos de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza (GHF).
A brutalidade dos ataques foi evidenciada mais uma vez nesta sexta-feira (18), quando um palestino ficou ferido durante uma operação de distribuição de alimentos organizada pelo GHF em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. A vítima foi levada ao Hospital Al-Nasser.
Organizações como Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertam que a desnutrição aguda atingiu níveis históricos em Gaza. O colapso do sistema de saúde, a escassez de medicamentos e a destruição de hospitais agravam a situação da população civil, já exausta por quase dois anos de guerra contínua e bloqueio absoluto.
Diante desse cenário, o Hamas conclama governos e cidadãos de todo o mundo a romperem o silêncio. “É hora de se levantar contra os crimes de ocupação, de exigir justiça e de defender a humanidade comum que une todos os povos”, apela o comunicado.
A mobilização proposta pelo Hamas surge como um clamor diante da indiferença internacional, mas também como tentativa de impedir o avanço da política de limpeza étnica em curso na Palestina. Ao apelar por marchas, boicotes e campanhas diplomáticas, o movimento busca romper o cerco do isolamento e manter viva a resistência do povo palestino.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: