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Flotilha acusa fragata italiana de tentar sabotar missão a Gaza

Organização afirma que marinha italiana tenta desmobilizar voluntários e reafirma viagem para romper o bloqueio israelense à população palestina

Barco da Flotilha Global Sumud (Foto: Reuters/Nacho Doce)

247 - A Flotilha Global Sumud (GSF, na sigla em inglês) acusou nesta terça-feira (30) a Marinha da Itália de tentar sabotar sua missão humanitária rumo à Faixa de Gaza. Em nota divulgada à imprensa, os organizadores afirmam que uma fragata italiana que acompanha os navios emitirá um chamado de rádio oferecendo aos participantes a “oportunidade” de abandonar a viagem antes da chegada à chamada “zona crítica” — área sob ameaça de bloqueio israelense.

“Sejamos absolutamente claros: isto não é proteção. É sabotagem. É uma tentativa de desmoralizar e fragmentar uma missão humanitária pacífica que os governos se recusaram a assumir”, diz o comunicado.

A coalizão afirma que cada participante está consciente dos riscos e que a decisão de prosseguir é baseada em princípios humanitários: "É muito mais perigoso permanecer em silêncio diante de um genocídio, fome e punição coletiva do que zarpar transportando ajuda humanitária".

Segundo a organização, a postura da Itália representa “covardia disfarçada de diplomacia”, já que, em vez de garantir passagem segura, o governo estaria “atuando como facilitador de Israel”. A flotilha exige que Roma use seu poder naval para proteger os voluntários e fazer cumprir a lei internacional, em vez de tentar “entregar de volta à terra” os navios que transportam suprimentos de emergência para a população de Gaza.

Missão internacional sob ataques

Criada em julho de 2025, a Flotilha Global Sumud reúne mais de 50 embarcações e milhares de voluntários de 44 países, entre médicos, juristas, artistas e ativistas. O objetivo é romper o ilegal bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza. Desde agosto, os comboios partiram de portos da Itália, Espanha, Grécia e Tunísia e já sofreram múltiplos ataques de drones.

Nas últimas semanas, navios de guerra da Itália e da Espanha foram enviados para acompanhar as embarcações, oficialmente para prestar assistência humanitária. A missão recebeu apoio público de parlamentares europeus, da relatora especial da ONU Francesca Albanese e do presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Israel, por sua vez, ameaçou interceptar os barcos e prender voluntários.

Apesar da pressão, a Flotilha reafirma que “segue adiante”:

“A demanda humanitária para quebrar o bloqueio não pode ser reconduzida ao porto, e nossa responsabilidade moral não pode ser abandonada no mar. O bloqueio de Israel é ilegal. Seu cerco é criminoso. E o silêncio do mundo é intolerável”, afirma a nota.

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