EUA mandam incinerar US$ 10 milhões em anticoncepcionais rejeitados por Trump
Carga financiada com dinheiro público seria enviada a países pobres, mas será destruída na França após veto do presidente dos EUA
247 - Uma carga de anticoncepcionais avaliada em US$ 10 milhões e financiada com recursos dos contribuintes norte-americanos será incinerada na França após o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, rejeitar todas as propostas para enviar os insumos a países em desenvolvimento.
Os medicamentos — compostos por pílulas e implantes contraceptivos — estão armazenados na cidade de Geel, na Bélgica, desde o início de 2025. À época, o presidente Trump ordenou o fechamento da agência USAID e paralisou os programas de ajuda externa, afetando diretamente o envio desses produtos para nações mais pobres.
De acordo com a reportagem, a destruição dos anticoncepcionais será realizada em uma instalação de descarte médico na França, com um custo estimado em US$ 167 mil. Fontes ouvidas pela agência afirmam que a operação de remoção exigirá dezenas de caminhões e deve levar pelo menos duas semanas.
O Ministério das Relações Exteriores da Bélgica lamentou o desfecho. Em nota, o governo afirmou que esgotou “todas as possibilidades para evitar a destruição, incluindo a realocação temporária” e reforçou que "a saúde sexual e reprodutiva não pode ser submetida a constrangimentos ideológicos”.
Ofertas ignoradas e suspeitas de motivação ideológica
Grupos de direitos humanos e organizações não governamentais tentaram comprar os insumos e ofereciam-se para pagar os custos de transporte e reembalagem — desde que os produtos fossem enviados sem a marca USAID.
Sarah Shaw, diretora-adjunta de advocacy da MSI Reproductive Choices, relatou que a entidade fez uma proposta concreta ao governo dos EUA. “Oferecemos cobrir todos os custos de reembalagem, envio e impostos de importação, mas eles não aceitaram. Fomos informados de que o governo só venderia os suprimentos pelo valor integral de mercado”, afirmou. “Está claro que não se trata de economizar dinheiro. Parece mais um ataque ideológico aos direitos reprodutivos, que já está prejudicando mulheres”, completou Shaw.
A agência da ONU para saúde sexual e reprodutiva, UNFPA, também tentou adquirir a carga. As negociações, no entanto, fracassaram, em parte devido à ausência de resposta por parte dos representantes do governo norte-americano, segundo uma fonte com conhecimento direto do processo.
(Com informações da agência RT)
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