EUA cancelam 'todas' as negociações comerciais com Canadá, anuncia Trump
Governo norte-americano reagiu a peça publicitária canadense que usou discurso de Ronald Reagan sobre tarifas
247 - Os Estados Unidos anunciaram a suspensão de todas as negociações comerciais com o Canadá, após uma controvérsia envolvendo um anúncio produzido pelo governo da província de Ontario. A decisão foi comunicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que classificou a campanha como uma tentativa de manipular a opinião pública norte-americana.
O impasse teve início após Ontario veicular um vídeo publicitário utilizando a voz do ex-presidente Ronald Reagan, em um discurso de 1987, no qual ele criticava políticas tarifárias.Segundo Trump, a peça publicitária "utilizou fraudulentamente" um discurso do ex-presidente. “A Fundação Ronald Reagan acaba de anunciar que o Canadá utilizou fraudulentamente um anúncio publicitário, que é falso, no qual Ronald Reagan fala negativamente sobre tarifas”, escreveu o mandatário em sua conta na Truth Social. Ele acrescentou que o objetivo do governo canadense seria “interferir com a decisão da Suprema Corte dos EUA, e outros tribunais”.
O presidente norte-americano também defendeu a política tarifária como instrumento de proteção nacional. “Tarifas são muito importantes para a segurança nacional, e a economia, dos EUA”, declarou.
Polêmica com o anúncio
A Fundação Presidencial Ronald Reagan emitiu comunicado horas antes, afirmando que o vídeo do governo canadense “deturpa” as palavras originais do ex-presidente. O texto original, proferido em abril de 1987, teria sido editado sem autorização e apresentado fora de contexto, segundo a instituição.O anúncio foi revelado no início de outubro pelo primeiro-ministro de Ontario, Doug Ford, que anunciou um investimento de US$ 75 milhões na campanha. A peça seria veiculada inclusive em território norte-americano, segundo informações da imprensa local.
Com a decisão de Trump, as conversas comerciais entre Washington e Ottawa foram abruptamente interrompidas, marcando mais um capítulo tenso nas relações entre os dois países, historicamente aliados, mas frequentemente envolvidos em disputas tarifárias.