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      Espanha mobiliza tropas extras para conter 20 grandes incêndios sob calor de até 45 °C

      Onda de calor extrema dificulta combate ao fogo e fecha vias na Galícia; governo amplia a presença da Unidade Militar de Emergências

      Incêndios se espalham pela Espanha - 17/08/2025 (Foto: REUTERS/Nacho Doce)
      Luis Mauro Filho avatar
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      VILLARDEVÓS, 17 de agosto (Reuters) - O calor escaldante prejudicou os esforços para conter 20 grandes incêndios florestais na Espanha no domingo, levando o governo a enviar mais 500 soldados da unidade militar de emergência para apoiar as operações de combate a incêndios.

      Na região noroeste da Galícia, vários incêndios convergiram para formar um grande incêndio, forçando o fechamento de rodovias e serviços ferroviários para a região.

      O sul da Europa está enfrentando uma das piores temporadas de incêndios florestais em duas décadas, com a Espanha entre os países mais afetados.

      Só na semana passada, incêndios causaram três mortes e queimaram mais de 115.000 hectares, enquanto o vizinho Portugal também luta contra incêndios generalizados.

      As temperaturas devem chegar a 45 graus Celsius (113 Fahrenheit) em algumas áreas no domingo, informou a agência meteorológica nacional espanhola AEMET.

      "Ainda temos alguns dias desafiadores pela frente e, infelizmente, o clima não está do nosso lado", disse o primeiro-ministro Pedro Sanchez em uma entrevista coletiva em Ourense, uma das áreas mais afetadas.

      Ele anunciou um aumento nos reforços militares, elevando o número total de tropas mobilizadas na Espanha para 1.900.

      Virginia Barcones, diretora geral dos serviços de emergência, disse à TV pública espanhola que as temperaturas devem cair a partir de terça-feira, mas por enquanto as condições climáticas estão "muito adversas".

      "Hoje, as temperaturas são extremamente altas e há um risco extremo de incêndios, o que complica os esforços de combate a incêndios", disse Barcones.

      OS ALDEÕES RECORREM A BALDES

      Na vila de Villardevos, na Galícia, vizinhos desesperados se organizaram para combater as chamas sozinhos com baldes de água, pois a área ficou sem eletricidade para abastecer as bombas de água.

      "Os aviões de combate a incêndio vêm de todos os lados, mas não vêm aqui", disse Basilio Rodriguez, um morador, à Reuters no sábado.

      Lorea Pascual, outra moradora local, acrescentou: "É intransponível, não poderia ser pior".

      Dados do Ministério do Interior mostram que 27 pessoas foram presas e 92 estão sob investigação por suspeita de incêndio criminoso desde junho.

      No vizinho Portugal, incêndios florestais queimaram cerca de 155.000 hectares de vegetação até agora neste ano, de acordo com dados provisórios do instituto de proteção florestal do ICNF — três vezes a média para este período entre 2006 e 2024. Cerca de metade dessa área queimou apenas nos últimos três dias.

      Milhares de bombeiros estavam combatendo oito grandes incêndios no centro e norte de Portugal, o maior deles perto de Piódão, uma área montanhosa e pitoresca popular entre turistas.

      Outro incêndio em Trancoso, mais ao norte, já dura oito dias. Um incêndio menor, alguns quilômetros a leste, ceifou a vida de um morador local na sexta-feira – o primeiro desta temporada.

      Reportagem de Guillermo Martinez, Ana Cantero e Andrei Khalip; Edição de Andrei Khalip e Clelia Oziel

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