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Disney corta centenas de empregos nos setores de cinema e TV em nova onda de demissões

Redução atinge áreas como marketing, elenco e finanças e expõe crise estrutural prolongada na indústria do entretenimento dos EUA

Sinalização da Disney+ é vista acima do salão de convenções da Comic-Con International em San Diego, Califórnia, EUA, em 21 de julho de 2022 (Foto: REUTERS/Bing Guan)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - A Walt Disney Company iniciou nesta segunda-feira (2) mais uma rodada de demissões, afetando centenas de trabalhadores em suas divisões de cinema e televisão. A medida atinge setores estratégicos como marketing, relações públicas, seleção de elenco, desenvolvimento de projetos e operações financeiras. As informações são da Bloomberg.

A decisão faz parte de um amplo esforço de reestruturação da gigante do entretenimento, sediada em Burbank, Califórnia, e evidencia que a retração da indústria audiovisual norte-americana está longe de ser superada. Nos últimos anos, o setor enfrenta uma espiral de cortes, impulsionada pela queda na bilheteria dos cinemas — ainda abaixo dos níveis pré-pandêmicos — e pelo êxodo de assinantes da TV a cabo, que migraram para plataformas de streaming, reduzindo drasticamente as receitas com publicidade e distribuição nos canais tradicionais.

Diante desse cenário, empresas como a Disney e seus concorrentes vêm promovendo transformações profundas em seus modelos de negócio. A Comcast anunciou que pretende separar grande parte de seus canais de TV a cabo, incluindo MSNBC, USA e CNBC, até o fim deste ano. A Warner Bros. Discovery concluiu uma reorganização interna que separa suas operações de estúdios e canais, facilitando uma possível venda da segunda divisão. A Paramount Global também prevê novas demissões, enquanto negocia uma fusão com o estúdio independente Skydance Media.

No caso da Disney, as mudanças não são recentes. Em fevereiro de 2023, a empresa já havia anunciado a eliminação de 7 mil postos de trabalho, com o objetivo de economizar US$ 5,5 bilhões. Pouco tempo depois, a meta foi elevada para US$ 7,5 bilhões. Desde então, mais de 8 mil empregos foram encerrados. Só em março deste ano, cerca de 200 vagas nas redes de entretenimento e no canal ABC foram cortadas.

Embora tenha cogitado vender ativos como a rede ABC e outros canais de TV, a companhia optou por mantê-los. Ao final do último ano fiscal, encerrado em setembro, a Disney contava com aproximadamente 233 mil funcionários, sendo 76% em regime de tempo integral. Mesmo com as demissões recentes, as ações da empresa operavam praticamente estáveis na bolsa de Nova York, cotadas a US$ 112,92 às 15h31 (horário local).

A crise na indústria do entretenimento estadunidense reflete um reposicionamento do mercado, com forte impacto na força de trabalho e na estrutura corporativa das maiores empresas do setor. Ainda que as plataformas de streaming tenham ganhado protagonismo, elas não têm compensado as perdas com o modelo tradicional, tornando cada vez mais difícil a manutenção dos empregos e a sustentabilidade financeira das gigantes da mídia.

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