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Desfile militar de Trump pode ser adiado por tempestade em Washington

Presidente dos EUA aposta em tanques, soldados e patriotismo para marcar seu aniversário e os 250 anos do Exército, mas previsão de tempestade preocupa

Soldados passam por veículos de combate Stryker estacionados no West Potomac Park antes do próximo desfile de comemoração do 250º aniversário do Exército dos EUA em Washington, DC, EUA, 10 de junho de 2025 (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - Na véspera de seu 79º aniversário, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convocou os norte-americanos a participarem de um desfile militar em Washington, programado para este sábado (14), em comemoração aos 250 anos da fundação do Exército norte-americano.

A celebração — que deve contar com tanques de guerra, aviões de combate e milhares de soldados — também servirá como homenagem pessoal ao próprio Trump, já que a data coincide com seu aniversário.

“É uma celebração da maior força de combate que já pisou na Terra”, declarou Trump ao anunciar a parada, exaltando o Exército dos EUA por, segundo ele, ter “esmagado impérios estrangeiros, humilhado reis, derrubado tiranos e caçado terroristas até os portões do inferno”.

No entanto, um fator imprevisto ameaça alterar os planos grandiosos do presidente: a meteorologia prevê chuvas e até tempestades para o dia do desfile. O porta-voz oficial do Exército, Steven Warren, confirmou ao jornal britânico The Times que a realização do evento pode ser afetada caso haja relâmpagos. “A chuva não vai nos parar, os tanques não derretem, mas se houver raios, isso coloca o público em risco. Nesse caso, será necessário dispersar a multidão e até cancelar ou adiar o desfile”, alertou.

Desfile é realização de um desejo antigo

Trump acalenta a ideia de promover um desfile militar desde seu primeiro mandato, após ter participado da comemoração do Dia da Bastilha em Paris, em 2017. “Foi algo realmente belo de se ver”, afirmou na ocasião, referindo-se ao desfile francês. Ele chegou a planejar um evento semelhante para o Dia dos Veteranos de 2018, mas a proposta foi cancelada por conta do alto custo.

Com o retorno à Casa Branca, o presidente viu na coincidência entre seu aniversário e os 250 anos da criação do Corpo de Atiradores, fundado pelo Congresso Continental em 14 de junho de 1775, uma nova oportunidade. Esse marco histórico é considerado o início oficial do Exército dos EUA.

Tanques, uniformes históricos e orçamento milionário

Os preparativos para o desfile ganharam forma no mês passado. Estão previstas a participação de 6.600 soldados vestidos com uniformes históricos de todos os conflitos desde a Revolução Americana, além de tanques equipados com esteiras de borracha para evitar danos às vias de Washington. O custo estimado do evento varia entre US$ 25 milhões e US$ 45 milhões, valor que Trump minimizou: “Isso é uma ninharia comparado ao valor de fazer isso”.

No último fim de semana, o presidente divulgou um vídeo nas redes sociais convidando os norte-americanos para “uma celebração inesquecível, como nunca viram antes”. Ele prometeu “tanques trovejantes e sobrevoos de tirar o fôlego em nossa capital”.

Na segunda-feira, 28 tanques Abrams, 28 blindados Bradley e 28 veículos Stryker chegaram de trem ao estado de Maryland, após uma viagem de 3.200 quilômetros desde o Texas. Na terça, Trump discursou na base de Fort Bragg, na Carolina do Norte, sede do Comando de Operações Especiais do Exército. Em seu discurso, fez questão de exaltar o papel dos EUA na Primeira Guerra Mundial: “Outros países celebram o fim da guerra, mas nós vencemos. Sem os EUA, vocês todos estariam falando alemão agora. Talvez até um pouco de japonês também”.

Retórica bélica e culto à força

Durante sua fala, Trump mais uma vez adotou uma retórica agressiva e militarista. Disse que inimigos dos EUA já aprenderam, “vez após vez”, o que acontece ao desafiar os americanos. “Um soldado americano vai te caçar, te esmagar e te lançar no esquecimento”, afirmou. “Esse é o destino deles, infelizmente. Não soa muito agradável, mas é verdade. O último som que ouvirão será o uivo arrepiante dos Black Hawks na calada da noite, o estrondo ensurdecedor da artilharia ou o rugido feroz de uma brigada de infantaria americana avançando pelo horizonte.”

A promessa de um espetáculo patriótico com tanques e aviões, no entanto, pode não resistir ao mau tempo. A previsão de tempestades lança incerteza sobre a realização do evento. Ainda assim, Trump parece disposto a seguir adiante, mesmo que as condições climáticas exijam mudanças de última hora.

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