Cúpula da Otan deve aprovar meta inédita de 5% do PIB para gastos militares
Cúpula em Haia terá uma das agendas mais curtas da história e discutirá, além do aumento dos investimentos em defesa, o apoio militar contínuo à Ucrânia
247 - Os líderes dos países-membros da Otan reúnem-se nesta terça e quarta-feira (24 e 25) em Haia, na Holanda, para uma cúpula que promete ser histórica — tanto pela brevidade quanto pelo teor das decisões. Segundo informações divulgadas pela agência russa TASS, os participantes devem aprovar uma nova meta ambiciosa de gastos militares: 5% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país deverá ser destinado a despesas de defesa até 2035.
A reunião, que se estende por apenas dois dias, será uma das mais curtas do bloco militar ocidental nas últimas duas décadas e meia. O primeiro dia é reservado para encontros bilaterais e uma recepção oficial oferecida pelo rei Willem-Alexander, dos Países Baixos. O verdadeiro momento de decisões será uma única sessão plenária, com duração prevista de apenas três horas e meia. Cada um dos 32 líderes dos países membros terá no máximo seis minutos para discursar.
Em coletiva de imprensa concedida antes da cúpula, o Secretário-Geral da Otan, Mark Rutte, confirmou que a aliança deve formalizar o compromisso de elevar substancialmente os investimentos em defesa. "Os líderes vão aprovar uma estratégia de investimento baseada em uma meta de 5% do PIB, o que representa um salto significativo em relação ao padrão atual", declarou Rutte.
De acordo com ele, do total previsto, 3,5% do PIB de cada país serão destinados diretamente às forças armadas e à aquisição de equipamentos militares. Os 1,5% restantes financiarão projetos de infraestrutura considerados estratégicos para a aliança, como a modernização de portos, rodovias, ferrovias e outros elementos essenciais à mobilidade e à capacidade logística militar.
Além do debate sobre o orçamento, a cúpula também vai tratar do apoio contínuo à Ucrânia, em meio ao prolongado conflito com a Rússia. Embora detalhes específicos não tenham sido antecipados, espera-se que o fornecimento de armas e assistência militar ao governo de Kiev continue a figurar como uma das prioridades do bloco.
A decisão de elevar os gastos militares para um patamar de 5% do PIB representa uma escalada considerável nas ambições da Otan. Atualmente, a meta oficial — estabelecida desde 2014 — é que cada Estado-membro destine pelo menos 2% do PIB ao setor de defesa, embora muitos países ainda não tenham atingido esse patamar.
Especialistas apontam que a proposta surge em meio ao crescente clima de tensão global, marcado pela guerra na Ucrânia, o aumento das disputas geopolíticas com a Rússia e a intensificação das rivalidades estratégicas com a China.
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