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China volta a rebater intervenção dos EUA no Panamá: “América Latina não mais é o quintal de ninguém”

Porta-voz da diplomacia chinesa acusa os EUA de vigilância e ataques cibernéticos na região e defende soberania dos países latino-americanos

Uma vista aérea mostra navios de carga atracados no Porto de Balboa, operado pela Panama Ports Company, no Canal do Panamá, na Cidade do Panamá, Panamá, em 1º de fevereiro de 2025 (Foto: REUTERS/Enea Lebrun)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - Em coletiva realizada nesta segunda-feira (16), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, respondeu às declarações da embaixada dos Estados Unidos no Panamá sobre a substituição de torres de telecomunicação da Huawei por equipamentos de "tecnologia confiável dos EUA". A cobertura é do jornal estatal Global Times.

A representação diplomática norte-americana afirmou que a medida visa combater a "influência maligna da China" no continente e fortalecer a segurança na região. A declaração gerou reações imediatas tanto da China quanto do próprio governo panamenho, que exigiu o fim da interferência dos EUA nos assuntos internos do país.

Guo Jiakun não poupou críticas à postura norte-americana, lembrando que os Estados Unidos têm um longo histórico de “vigilância, monitoramento e ciberataques” na América Latina e no Caribe. Segundo o porta-voz, tais práticas “trazem uma influência negativa para o hemisfério ocidental e fazem os países do continente americano se sentirem inseguros”.

China reforça apoio à soberania latino-americana

A resposta de Guo enfatizou a visão de Pequim sobre sua relação com os países latino-americanos, apresentando-a como um contraponto ao intervencionismo estadunidense. “A China sempre apoiou os países da América Latina e do Caribe, incluindo o Panamá, na defesa de sua independência e autonomia, e se opõe à hegemonia, intimidação e interferência externa”, afirmou.

O diplomata também rejeitou qualquer acusação de imperialismo ou disputa geopolítica por parte de Pequim. “A cooperação amistosa da China com a região é baseada no respeito mútuo, igualdade, benefício recíproco, abertura, inclusão e resultados ganha-ganha”, completou. “A China não busca zonas de influência, não participa de competições geopolíticas e nunca obriga os países a tomarem partido.”

Crítica direta à política externa dos EUA

A crítica mais incisiva foi direcionada à postura dos EUA no continente. Guo declarou que “a América Latina e o Caribe não são o quintal de ninguém” e instou Washington a abandonar seu “comportamento dominador”. Ele afirmou ainda que os Estados Unidos deveriam “parar de politizar questões econômicas, comerciais e tecnológicas”, de “interferir nos assuntos internos de outros países” e de “coagir nações a escolherem lados e restringirem o diálogo e a cooperação”.

Ao encerrar, Guo Jiakun pediu que o governo dos Estados Unidos “concentre seus esforços na promoção da paz, estabilidade e prosperidade regional”, em vez de fomentar divisões e conflitos sob a justificativa da segurança hemisférica.

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