“China vai ganhar a corrida da IA”, diz CEO da Nvidia
Jensen Huang alerta que subsídios do governo chinês aceleram avanços tecnológicos e pressiona EUA a reagirem
247 - O presidente-executivo da Nvidia, Jensen Huang, declarou que a China está prestes a ultrapassar os Estados Unidos na corrida pelo domínio da inteligência artificial (IA). O alerta foi feito durante um evento em Londres, em meio à crescente disputa tecnológica entre as duas maiores potências mundiais.
Segundo o jornal britânico Financial Times, Huang destacou que os subsídios energéticos concedidos por Pequim estão fortalecendo a indústria de semicondutores chinesa, especialmente na produção de chips de ponta usados em sistemas avançados de IA.
“A China vai ganhar a corrida da IA”, afirmou o executivo. Ele reiterou que o país asiático está “nanossegundos atrás dos Estados Unidos” nesse campo, conforme publicou a Nvidia em comunicado na rede social X.
O empresário também fez um apelo direto ao governo americano, pedindo mais investimento e agilidade na formulação de políticas voltadas ao setor tecnológico. “É vital que os Estados Unidos vençam, assumindo a liderança e atraindo desenvolvedores do mundo todo”, declarou Huang.
A Nvidia, sediada na Califórnia, alcançou recentemente o marco histórico de US$ 5 trilhões em valor de mercado, tornando-se a primeira empresa do mundo a atingir tal avaliação. No entanto, a cifra recuou para cerca de US$ 4,7 trilhões nos últimos dias, refletindo a volatilidade do setor e as tensões entre Washington e Pequim.
Atualmente, os chips mais avançados da Nvidia, essenciais para o treinamento e operação de sistemas de IA generativa, estão proibidos de serem vendidos à China. A medida é resultado das restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos, que alega preocupações com a segurança nacional e o risco de uso militar dessas tecnologias. Recentemente, a Casa Branca reafirmou que não pretende autorizar a exportação do chip Blackwell, o modelo mais poderoso da companhia, para o mercado chinês.
Huang tem sido uma das vozes mais críticas às sanções americanas. Ele argumenta que as proibições acabam incentivando o desenvolvimento autônomo da indústria chinesa, o que pode, paradoxalmente, acelerar sua capacidade tecnológica. O executivo também comparou o cenário regulatório dos EUA às novas normas sobre IA adotadas por diversos estados americanos, classificando-as como excessivamente restritivas.
“A diferença é que, na China, o governo subsidia a energia elétrica para alimentar esta tecnologia”, ressaltou, em tom de crítica às políticas americanas que, segundo ele, dificultam a competitividade global.


