China reforça aliança com Coreia do Norte em visita de Li Qiang a Pyongyang
Primeiro-ministro chinês é o mais alto representante de Pequim a visitar o país desde 2019
Por Bianca Penteado, de Pequim – O primeiro-ministro da China, Li Qiang, inicia nesta quinta-feira (9) uma visita oficial de três dias a Pyongyang, onde participará das comemorações pelo 80º aniversário do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte. A viagem marca o mais alto nível de representação chinesa no país desde 2019.
Em comunicado divulgado nesta terça-feira (7), o Ministério das Relações Exteriores da China descreveu os dois países como “vizinhos amistosos” e reafirmou a intenção de ampliar as relações bilaterais com a Coreia do Norte.
“Manter, consolidar e desenvolver as relações entre a China e a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) é uma política estratégica firme do Partido e do governo chinês”, afirma a nota.
“A China está disposta a trabalhar junto com a RPDC, por meio desta visita, para seguir as orientações dos importantes consensos alcançados entre os principais líderes dos dois partidos e dos dois países, fortalecer a comunicação estratégica e ampliar os intercâmbios e a cooperação", acrescenta o comunicado oficial.
A viagem de Li é confirmada após a visita de Kim Jong-un ao país, em setembro, quando o líder norte-coreano participou do desfile militar que celebrou o fim da Segunda Guerra Mundial. No mesmo mês, a chanceler norte-coreana Choe Son-hui também esteve em Pequim, onde reafirmou o apoio de Pyongyang ao protagonismo da China no cenário mundial.
O último premiê chinês a visitar a Coreia do Norte foi Wen Jiabao, em 2009. Já o presidente Xi Jinping esteve no país apenas uma vez, em 2019.
A presença de Li Qiang em Pyongyang ainda é interpretada como parte de uma estratégia de Pequim para reforçar o equilíbrio diplomático na Península Coreana, às vésperas da cúpula da Apec (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), marcada para ocorrer em Seul. O evento deve contar com a presença de Xi Jinping, do presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, e do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.