China acusa EUA de minar consenso de Genebra com novas medidas discriminatórias
O Ministério do Comércio chinês denuncia violações ao acordo bilateral e ameaça retaliações caso Washington mantenha práticas unilaterais
247 - O Ministério do Comércio da China denunciou nesta segunda-feira (2) que os Estados Unidos minaram seriamente o consenso construído nas recentes negociações econômicas e comerciais realizadas em Genebra. A denúncia foi divulgada pela agência de notícias Xinhua, que citou um porta-voz oficial da pasta em resposta a uma série de medidas unilaterais adotadas por Washington nas últimas semanas.
Segundo o representante do governo chinês, os EUA vêm sucessivamente impondo restrições discriminatórias, contrariando compromissos assumidos durante um diálogo telefônico entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump, realizado em 17 de janeiro. Entre as ações citadas estão novas diretrizes para o controle de exportações de chips de inteligência artificial, a suspensão da venda de softwares de design de chips à China e o cancelamento de vistos para estudantes chineses.
"As medidas dos EUA violaram gravemente o consenso alcançado", afirmou o porta-voz. "Em vez de refletir sobre suas próprias ações, os Estados Unidos acusaram infundadamente a China de violar o consenso, uma alegação que distorce grosseiramente os fatos. A China rejeita firmemente essas acusações injustificadas", completou.
O tom do comunicado é contundente e aponta uma deterioração crescente na relação bilateral. Segundo a autoridade chinesa, os EUA têm agido de forma provocativa e irresponsável, acirrando tensões e contribuindo para um ambiente de instabilidade econômica. “Os Estados Unidos provocaram unilateralmente e repetidamente novos atritos econômicos e comerciais, exacerbando a incerteza e a instabilidade nas relações bilaterais”, afirmou.
A China, por outro lado, alega ter cumprido rigorosamente os compromissos firmados. De acordo com o porta-voz, o país suspendeu ou cancelou medidas tarifárias e não tarifárias como forma de respeitar o acordo de Genebra. "A China é firme na proteção de seus direitos e interesses e sincera na implementação do consenso", disse.
O representante do Ministério do Comércio qualificou os resultados de Genebra como "difíceis de conquistar" e pediu aos EUA que "corrijam imediatamente suas práticas equivocadas". Ele apelou por uma atuação conjunta entre as duas potências para defender o que foi negociado e criar condições para uma relação mais estável e mutuamente benéfica.
O aviso final do comunicado foi direto: se os Estados Unidos insistirem em manter o atual curso de ação, a China responderá de forma proporcional. “Se os EUA insistirem em seguir o caminho errado e continuarem a prejudicar os interesses da China, a China tomará medidas enérgicas para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos”, declarou o porta-voz.
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