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Chefe do Pentágono admite priorizar lucros de empresas de armas

Pete Hegseth diz que o governo dos EUA apoiará ganhos privados se a indústria acelerar produção e investir capital próprio

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, discursa para oficiais militares em Quantico, no estado da Virginia - 30/09/2025 (Foto: Andrew Harnik/Pool via REUTERS)

247 - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, declarou nesta sexta-feira (7) que o Departamento de Guerra apoiará o aumento dos lucros das empresas de defesa, desde que elas acelerem o desenvolvimento e a produção de novas armas. A afirmação foi feita em discurso na Escola Nacional de Guerra, em Washington, diante de executivos das maiores contratadas do setor.

A notícia foi divulgada pela Bloomberg, que acompanhou o evento. Segundo a agência, Hegseth cobrou das companhias um esforço próprio de investimento e advertiu que as que não se adaptarem correm o risco de “desaparecer”. “Essas grandes empresas de defesa precisam mudar, focar em velocidade e volume, e investir seu próprio capital para chegar lá”, afirmou. “Se fizermos isso, o Departamento de Guerra será totalmente favorável aos lucros. Afinal, somos capitalistas. Mas, se não fizerem, essas grandes vão desaparecer.”

O discurso, intitulado “O Arsenal da Liberdade”, integra a iniciativa do governo do presidente Donald Trump para reformar o sistema de compras militares dos EUA, frequentemente criticado por lentidão e custos excessivos. O plano prevê reduzir regulações, encurtar prazos de testes e incentivar startups a competir com os grandes conglomerados do setor.

Hegseth declarou que pretende limitar o poder monopolista das grandes fornecedoras e introduzir uma cultura de “tomada de riscos calculados”. “Chega de atrasos intermináveis ou paralisia burocrática”, disse. “Velocidade e volume serão as novas regras.”

Segundo a Bloomberg, um memorando interno obtido antes do discurso detalha a criação de uma “unidade de defesa econômica” para modernizar contratos e incentivar a adoção de modelos comerciais usados no setor privado. A proposta deve beneficiar empresas de tecnologia e novos participantes do mercado de defesa, como a Anduril Industries, que defende maior agilidade do Pentágono na incorporação de novas tecnologias.

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