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Chanceler iraniano convoca ONU após ataque dos EUA a usinas nucleares: "Cruzaram uma linha vermelha"

Irã acusa Washington de violar o direito internacional e anuncia reunião com Putin em meio à escalada com Trump e Israel

O Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, em Bagdá, Iraque, em 13 de outubro de 2024 (Foto: REUTERS/Ahmed Saad)
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247 - Durante uma coletiva de imprensa em Istambul, neste domingo (22), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, denunciou os ataques realizados pelos Estados Unidos contra centros nucleares iranianos, afirmando que Washington “cruzou uma linha vermelha muito grande”. 

O chanceler classificou os bombardeios como uma “grave violação da Carta da ONU e do direito internacional” e declarou que o Irã acionou o Conselho de Segurança das Nações Unidas para tratar do caso com urgência.

A ofensiva foi conduzida no sábado (21), sob ordens do presidente norte-americano Donald Trump, que confirmou os ataques coordenados com Israel a três instalações nucleares: Fordow, Natanz e Isfahan. De acordo com Trump, os alvos foram “completamente destruídos” em uma operação que ele descreveu como de “alta precisão”. Teerã admitiu que os locais foram atingidos e prometeu responder no que considera ser o pleno exercício do seu direito à defesa.

Em seu pronunciamento, Araqchi afirmou que o governo iraniano aguarda uma condenação formal dos ataques por parte da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Segundo ele, os Estados Unidos “traíram a diplomacia, traíram as negociações”, e completou: “É irrelevante pedir ao Irã que retorne à diplomacia”.

O chanceler reforçou a posição de Teerã de que não aceitará passivamente agressões contra sua soberania: “O presidente dos Estados Unidos, Trump, traiu não apenas o Irã, mas enganaram sua própria nação”.

A tensão entre Teerã e Washington atinge novo patamar, com o chanceler iraniano afirmando que “todas as opções estão sobre a mesa” para defender o país. Apesar de não antecipar detalhes de eventuais ações de retaliação, Araqchi destacou que “quando a agressão terminar, depois poderemos decidir sobre a diplomacia”.

A possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz, rota estratégica por onde escoa cerca de 20% do petróleo global, também foi abordada. “Uma variedade de opções está disponível para o Irã”, disse o ministro, indicando que o governo iraniano considera medidas drásticas em resposta aos ataques.

Araqchi ainda anunciou que viajará a Moscou para uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin. O encontro com o mandatário do principal aliado do Irã na arena internacional ocorre em meio ao estado de alerta máximo declarado pelas Forças Armadas iranianas, o que amplia as preocupações sobre um possível agravamento do cenário no Oriente Médio.

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