Chanceler britânico defende o confisco definitivo das reservas russas
Cerca de US$ 350 bilhões da Rússia já foram bloqueados por britânicos e estadunidenses
247 – O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, defendeu nesta terça-feira (25) que a Europa avance de uma mera congelação para a apreensão definitiva dos ativos russos bloqueados desde o início do conflito na Ucrânia. A declaração foi dada durante sessão no Parlamento britânico e reforça a posição cada vez mais agressiva do Ocidente em relação aos recursos financeiros de Moscou. As informações são da Reuters.
Desde que o presidente russo Vladimir Putin ordenou a entrada de tropas na Ucrânia, em 2022, os Estados Unidos e seus aliados bloquearam transações com o Banco Central e o Ministério das Finanças da Rússia, congelando entre US$ 300 e US$ 350 bilhões em ativos soberanos russos. A maior parte desse dinheiro está aplicada em títulos europeus, americanos e britânicos, mantidos em depositárias de valores europeias.
Enquanto líderes europeus discutem como utilizar esses recursos para financiar a reconstrução da Ucrânia sem gerar precedentes legais problemáticos, Lammy adotou um tom mais agressivo: “A Europa precisa agir rapidamente, e acredito que devemos passar de simplesmente congelar os ativos para apreendê-los”, afirmou no Parlamento, ao ser questionado sobre possíveis medidas emergenciais para redirecionar esses valores para a Ucrânia. "Não é um problema que qualquer governo possa resolver sozinho. Devemos agir com os aliados europeus", acrescentou.
O chanceler britânico, no entanto, não detalhou quais seriam os meios legais para efetivar essa expropriação. Em janeiro, durante um debate no Parlamento sobre os ativos russos congelados, o ministro britânico para a Europa, Stephen Doughty, declarou que Londres estava considerando “todas as medidas legais possíveis para garantir que a Ucrânia receba o apoio necessário”.
A União Europeia estima que cerca de 210 bilhões de euros (aproximadamente US$ 220 bilhões) desses ativos congelados estejam sob custódia de Euroclear, uma depositária de valores mobiliários com sede em Bruxelas. Apesar da pressão para que esses recursos sejam apropriados, algumas lideranças ocidentais, especialmente dentro do governo alemão e do Banco Central Europeu, alertam para os riscos da medida. Segundo esses setores, a confiscação de reservas soberanas poderia gerar desafios legais e desestabilizar a confiança no euro como moeda de reserva internacional.
A proposta de Lammy reflete uma escalada na disposição britânica para endurecer as sanções contra Moscou, embora as implicações legais e econômicas ainda sejam motivo de divisão entre os aliados ocidentais.
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