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Cessar-fogo em Gaza se mantém antes de libertação de reféns e visita de Trump a Israel

Acordo prevê troca de reféns e prisioneiros, enquanto Donald Trump chega a Israel para discurso e cúpula da paz no Egito

Ruínas da Faixa de Gaza (Foto: REUTERS/Anas al-Shareef)

Acordo prevê troca de reféns e prisioneiros, enquanto Donald Trump chega a Israel para discurso e cúpula da paz no Egito

247 - O frágil cessar-fogo entre Israel e Hamas permaneceu de pé neste domingo (12), pelo terceiro dia consecutivo, em meio à expectativa da libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos. O cenário antecede também a chegada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fará um discurso no Knesset, o Parlamento israelense, antes de seguir para uma cúpula internacional no Egito, relata a Reuters.

Milhares de palestinos retornaram ao norte da Faixa de Gaza, especialmente à Cidade de Gaza, devastada por dois meses de intensos bombardeios israelenses. A movimentação reflete a esperança de que a trégua traga não apenas a libertação dos cativos, mas também o fim do genocídio que já dura dois anos. “Há muita alegria entre o povo”, afirmou Abdou Abu Seada, ressaltando, no entanto, que a celebração vem acompanhada do cansaço após anos de destruição.

Libertação de reféns e prisioneiros

Segundo a porta-voz do governo israelense, Shosh Bedrosian, os 20 reféns vivos devem ser entregues na manhã de segunda-feira (13). O acordo prevê ainda que, em seguida, sejam devolvidos os corpos de outros 28 israelenses mortos em cativeiro.

Em paralelo, Israel deve libertar 250 palestinos condenados por crimes graves, além de 1,7 mil detidos em Gaza desde 2023 e 22 menores palestinos. Também serão entregues os corpos de 360 militantes mortos em confrontos. No entanto, nomes de grande relevância, como o líder do Fatah Marwan Al Barghouti e o dirigente da Frente Popular Ahmed Saadat, ficaram de fora da lista. Hamas informou que as negociações sobre os prisioneiros continuam.

O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que, após a libertação dos reféns, o Exército concentrará esforços na destruição da rede de túneis construída pelo Hamas em Gaza.

Trump em Israel e a diplomacia internacional

Donald Trump desembarcará em Israel na segunda-feira (13), quando falará ao Knesset antes de seguir para Sharm El Sheikh, no Egito, onde participará de uma cúpula com líderes mundiais dedicada ao fim do conflito.

No sábado (11), em Tel Aviv, o enviado presidencial Steve Witkoff e Jared Kushner participaram de um ato público em defesa da libertação dos reféns. Manifestantes demonstraram esperança de que essa tenha sido a última manifestação do tipo. “Há dois anos esperamos por este dia, por este momento... Todos nós nos sentimos felizes pelas famílias, pelos reféns, que finalmente serão vistos de novo”, declarou a israelense Dalia Yosef, agradecendo o empenho do presidente norte-americano.

Retorno a um território devastado

Enquanto as negociações avançam, milhares de palestinos retornam ao norte de Gaza e encontram destruição generalizada. Moradores relatam ruas repletas de escombros e restos humanos espalhados. “Não podíamos acreditar no que vimos”, disse Rami Mohammad-Ali, de 37 anos, que percorreu a pé 15 km de Deir Al Balah até a Cidade de Gaza com seu filho. “Estamos felizes em voltar, mas ao mesmo tempo sentimos uma dor profunda diante da destruição".

Equipes de resgate alertam para o risco de explosivos não detonados nas áreas afetadas. De acordo com Amjad Al Shawa, coordenador de uma organização palestina que atua em parceria com agências humanitárias, serão necessários cerca de 300 mil abrigos temporários para acomodar aproximadamente 1,5 milhão de deslocados.

O cessar-fogo atual, mediado por Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia, é considerado apenas a primeira fase de um acordo mais amplo, que pretende encerrar um genocídio cruel.

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