Barbárie: governo Trump assassina mais seis pescadores no Caribe
Pentágono afirma que ataque fazia parte da campanha antidrogas dos EUA, mas operação levanta suspeitas de execuções extrajudiciais e violações do direito
247 – Um ataque militar dos Estados Unidos matou seis pessoas em uma embarcação no Caribe, em mais uma operação conduzida sob o governo do presidente Donald Trump. Segundo informou a agência Reuters, o Pentágono afirmou que o alvo seria um “barco de narcoterroristas”, mas não apresentou provas de que os tripulantes estivessem envolvidos com o tráfico de drogas.
O secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth, declarou em publicação na rede X que o ataque, realizado durante a noite, foi o primeiro do tipo desde o início da campanha antidrogas lançada por Trump em setembro. De acordo com ele, a embarcação pertenceria ao grupo criminoso Tren de Aragua, mas o vídeo divulgado mostra apenas o momento em que o barco é atingido por um projétil e explode, sem qualquer evidência sobre a carga transportada.
Escalada militar e denúncias de abusos
O episódio faz parte de uma escalada militar dos Estados Unidos na região, com o envio de destróieres equipados com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e milhares de soldados para o Caribe. Segundo a Reuters, o país já realizou pelo menos dez ataques semelhantes no Caribe e no Pacífico desde setembro, que deixaram quase 40 mortos.
Juristas e parlamentares democratas têm alertado para possíveis violações das leis de guerra e para a falta de transparência das operações, que vêm sendo conduzidas sem autorização do Congresso.
Operações contestadas e tensões com a Venezuela
Na semana anterior, a própria Reuters revelou que dois supostos traficantes sobreviveram a outro ataque dos EUA e foram resgatados por um navio da Marinha norte-americana antes de serem deportados para a Colômbia e o Equador.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusa Washington de tentar desestabilizar seu governo e de usar o pretexto do combate ao narcotráfico para justificar ações militares na região. Em agosto, os Estados Unidos dobraram a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, oferecendo US$ 50 milhões — acusação de envolvimento com o tráfico que o líder venezuelano nega categoricamente.


