Bancos europeus avaliam saída de programa de redução de carbono à margem do Fórum Econômico Mundial
Além de bancos dos EUA, quatro das maiores instituições bancárias do Canadá seguiram o mesmo caminho e decidiram deixar a Aliança Bancária Net Zero
247 - As principais instituições de crédito da Europa estão reavaliando sua adesão à Aliança Bancária Net Zero (NZBA, na sigla em inglês), devido às recentes saídas de grandes bancos dos Estados Unidos, como JPMorgan, Citigroup e Goldman Sachs, do grupo climático. Esses bancos, juntamente com outros grandes players financeiros, estão reconsiderando sua participação na coalizão, que visa alinhar as atividades de crédito, investimentos e mercados de capitais com a meta de emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050, destaca a Sputnik, citando o jornal Financial Times.
Além dos bancos americanos, na última sexta-feira (17), quatro das maiores instituições bancárias do Canadá seguiram o mesmo caminho e decidiram deixar a Aliança Bancária Net Zero. Em resposta, altos funcionários da Glasgow Financial Alliance for Net Zero (Gfanz), que inclui grandes nomes como HSBC, Deutsche Bank e UBS, estão tentando agendar uma reunião para discutir o futuro da colaboração climática, especialmente antes do Fórum Econômico Mundial, que ocorrerá em Davos nesta semana.
A crescente pressão política dos setores de direita nos Estados Unidos, que atacam as políticas socioambientais chamadas de "woke", contribui para esse cenário de incerteza. Essas políticas têm como objetivo aumentar a conscientização sobre questões de justiça social e ambiental. O retorno iminente de Donald Trump à Casa Branca tem gerado uma polarização ainda maior no cenário político, o que pode impactar significativamente as decisões dos bancos sobre sua participação em iniciativas de sustentabilidade.
Além disso, a iniciativa paralela Gestores de Ativos Net Zero anunciou que, em vez de focar em implementar ou monitorar suas atividades, agora irá revisar sua viabilidade frente aos objetivos que justificam a criação do grupo. De acordo com fontes do FT, caso não haja revisões nas regras e nos objetivos do grupo, "vários bancos disseram que [...] começarão o processo de saída".
Enquanto isso, as políticas financeiras e fiscais nos Estados Unidos, cada vez mais moldadas pela polarização e pela influência de Trump, continuam a reduzir discussões complexas a divisões extremas, o que força alguns setores a se alinharem ao estilo de governança e à política econômica que o ex-presidente promoveu em seu primeiro mandato.
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