Agência da ONU para energia atômica convoca reunião emergencial após ataques dos EUA a instalações

247 - A Agência Internacional de Energia Atômica, órgão da Organização das Nações Unidas responsável por supervisionar o uso pacífico da energia nuclear, convocou neste domingo (22) uma reunião emergencial após os recentes ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã. A informação foi divulgada inicialmente pela Radio França International (RFI).

Os bombardeios ocorreram na madrugada de sábado para domingo e, segundo o governo norte-americano, tinham como objetivo impedir o avanço do programa nuclear iraniano. Teerã, por sua vez, nega qualquer intenção de desenvolver armas atômicas e classificou a ofensiva como “um ato de agressão”, prometendo reagir de forma proporcional.

A agência da ONU informou que precisa “avaliar os impactos dos bombardeios nas instalações e na segurança do material nuclear”. Embora não tenha revelado quais locais foram atingidos, fontes diplomáticas indicam que os ataques podem ter danificado centros de enriquecimento de urânio e estruturas críticas de armazenamento, o que levanta preocupações sobre possíveis vazamentos radioativos e perda de controle sobre materiais sensíveis.

O diretor-geral da agência, Rafael Grossi, reforçou a gravidade da situação e afirmou que "a integridade física das instalações deve ser preservada a todo custo, especialmente em contextos de guerra". Ele vem alertando, em diferentes ocasiões, sobre o risco de se travar conflitos armados em áreas onde há infraestrutura nuclear ativa.

Especialistas em segurança nuclear temem que os danos possam comprometer não só os sistemas de monitoramento internacional, mas também causar riscos ambientais sérios. A possibilidade de contaminação e o enfraquecimento da supervisão internacional preocupam governos e organizações ao redor do mundo.

A expectativa agora é que o Conselho de Segurança da ONU seja convocado para debater os desdobramentos da ofensiva e suas consequências para a estabilidade internacional. Enquanto isso, diplomatas europeus tentam reabrir canais de diálogo entre Teerã e Washington para conter uma possível escalada regional.

Os ataques dos EUA aconteceram após Israel realizar suas próprias ofensivas contra alvos estratégicos no Irã, uma coordenação entre os dois países.