Noblat diz que faltam poucos lances para a Justiça dar o xeque-mate em Bolsonaro
Defesa tenta minimizar provas contra Bolsonaro, mas STF já tem elementos suficientes para condenação
247 – O Blog do Noblat, no portal Metrópoles, publicou uma análise contundente sobre a situação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se aproxima de um desfecho no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Ricardo Noblat, apesar das tentativas da defesa de relativizar documentos apreendidos pela Polícia Federal, há elementos robustos que podem levar a uma condenação, consolidando um verdadeiro “xeque-mate” da Justiça contra Bolsonaro.
Na avaliação de Noblat, a defesa de Bolsonaro tenta reduzir a gravidade das minutas de golpe de Estado encontradas pela Polícia Federal. Os advogados alegam que possuir rascunhos de decretos golpistas não significa que ele tenha planejado ou pretendido executar um ataque à democracia. A narrativa adotada é de que Bolsonaro apenas teria “colecionado” esses documentos, como uma mania pessoal sem consequências.
O episódio mais grave, contudo, envolve a descoberta no celular de Bolsonaro de uma minuta de pedido de asilo político na Argentina, governada pelo presidente de extrema direita Javier Milei, apelidado de “El Loco”. A defesa insiste que o ex-presidente jamais cogitou fugir do país e que tratou o documento com “desprezo”, a ponto de apagá-lo. O texto foi recuperado pela Polícia Federal.
Refúgio na embaixada da Hungria
Outro fato lembrado por Noblat foi o abrigo de Bolsonaro na embaixada da Hungria, em Brasília, durante o carnaval de 2024. Após ter seu passaporte apreendido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro passou dois dias sob proteção do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, um aliado da extrema direita internacional, ao lado de figuras como Milei e o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O xeque-mate se aproxima
Noblat compara Moraes a um enxadrista habilidoso que enfrenta um jogador medíocre de damas. Segundo ele, embora haja elementos suficientes para justificar a prisão preventiva de Bolsonaro, o ministro evita esse passo imediato para não reforçar a narrativa de perseguição. A maioria da sociedade, avalia, compreenderá a eventual prisão apenas ao final do julgamento.
De acordo com pesquisa Quaest citada na coluna, os apoiadores incondicionais de Bolsonaro representam apenas 12% da população, o que mostra um cenário de isolamento político e jurídico cada vez mais evidente. Para Noblat, “faltam poucos lances para o xeque-mate em Bolsonaro”.