Globo abre campanha para que COP30 seja parcialmente transferida para o Rio
Editorial alerta para suposto caos logístico em Belém e sugere deslocamento de parte dos eventos para a capital fluminense
247 – A menos de cem dias da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), marcada para 10 a 21 de novembro, cresce a percepção de que Belém não conseguirá hospedar o evento de forma satisfatória. Em editorial publicado nesta quarta-feira (6), o jornal O Globo alertou para o risco de um verdadeiro colapso logístico na capital paraense, recomendando que parte significativa das atividades seja transferida para o Rio de Janeiro, que dispõe de melhor infraestrutura hoteleira e experiência na realização de megaeventos.
Segundo a reportagem citada pelo próprio jornal, os preços das diárias em Belém atingiram patamares inéditos, superando os de hotéis cinco estrelas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Para garantir um quarto simples durante o período da COP30, o visitante precisará desembolsar entre R$ 28,7 mil e R$ 85 mil. Em comparação, o icônico Copacabana Palace cobra R$ 47 mil pela diária, enquanto hotéis de alto padrão como Rosewood (R$ 64 mil), Fasano (R$ 50 mil) e Emiliano (R$ 46 mil) em São Paulo custam menos do que hospedagens medianas em Belém.
O editorial destaca que a escolha da capital paraense em 2023 teve forte apelo simbólico, evidenciando o protagonismo do Brasil na pauta ambiental e na preservação da Amazônia. Contudo, a cidade oferece apenas 18 mil leitos, diante de um público estimado em 50 mil participantes. Delegações estrangeiras já realizaram uma reunião de emergência pedindo mudança da sede, e outra está agendada para a próxima segunda-feira.
Diante do risco de esvaziamento do evento, o jornal sugere uma solução híbrida: manter em Belém os atos mais simbólicos e transferir o grosso das atividades para o Rio, com sua ampla rede de hotéis, transporte aéreo e experiência acumulada em eventos como a Rio+20 e os Jogos Olímpicos de 2016. A proposta, embora tardia, é apresentada como um “mal menor” diante do caos que se prenuncia caso nada seja feito.
O texto alerta que soluções improvisadas, como o uso de navios de cruzeiro, têm alto custo logístico e não resolvem a escassez de acomodações. Para o editorial, quanto mais o governo federal adiar uma decisão sobre a realocação parcial dos eventos, maior será o risco de o Brasil passar vergonha diante da comunidade internacional, comprometendo o êxito da conferência que deveria projetar a imagem do país como liderança ambiental.
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