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Folha dobra a aposta na infâmia contra Lula e Dilma

Um dia depois de publicar reportagem detonando a economia brasileira – que vai bem, obrigado – jornal insiste na tese em seu editorial

Dilma e Lula na abertura do encontro do Novo Banco de Desenvolvimento (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 – O jornal Folha de S. Paulo intensificou sua ofensiva contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao publicar, nesta terça-feira (16), um editorial que repete as críticas já apresentadas em reportagem divulgada no dia anterior. A estratégia, como mostrou o Brasil 247 em matéria publicada ontem, faz parte de uma campanha antecipada em favor de Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato preferido do capital financeiro para a sucessão presidencial em 2026.

Na reportagem de segunda-feira, a Folha já havia tentado associar o governo Lula a desequilíbrios fiscais e externos, ignorando a realidade de uma economia em expansão. O Brasil cresceu acima das expectativas em 2023 e 2024, com taxas superiores a 3% ao ano, e deve repetir o desempenho em 2025. Além disso, o país alcançou o menor nível de desemprego da história e voltou a sair do mapa da fome da ONU, conquistas que contrastam com o tom de “terrorismo fiscal” promovido pelo jornal.

No editorial publicado nesta terça-feira, intitulado “Como Dilma, Lula estimula demanda, inflação e déficits”, a Folha sustenta que a política econômica atual repete os “erros” da ex-presidente Dilma Rousseff, que foi vítima de um golpe de estado apoiado pela Folha, chegando a afirmar que o governo estaria fadado a provocar déficits gêmeos e descontrole inflacionário. “Rombos simultâneos nas contas públicas e no saldo de transações correntes com o restante do mundo são chamados de déficits gêmeos”, escreveu o jornal, sugerindo uma crise iminente, apesar da estabilidade macroeconômica atual.

O ataque, no entanto, ignora os indicadores sociais e econômicos positivos obtidos em menos de três anos de mandato de Lula 3. O país se consolidou como uma das economias emergentes mais dinâmicas do mundo, com aumento da credibilidade internacional, inclusive com melhoria das classificações de risco, e redução das desigualdades internas. Ao omitir tais avanços, a Folha mantém um alinhamento claro ao projeto eleitoral de Tarcísio de Freitas, que desponta como aposta da elite conservadora após a condenação definitiva de Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal.

Assim, a postura do jornal ultrapassa a crítica jornalística e se transforma em ação política. O discurso alarmista da Folha, amparado em teses que desconsideram o cenário real, não apenas tenta minar a popularidade do governo, mas também reforça a narrativa de setores interessados em criar instabilidade e pavimentar o caminho para 2026. Trata-se, portanto, de uma campanha midiática marcada pela infâmia contra Lula e Dilma, repetindo a prática de manipulação que já teve papel central no golpe de Estado contra a ex-presidenta em 2016.

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