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      Juros altos penalizam empregos na indústria, que registram primeiro recuo em 18 meses

      Setor industrial registra retração de 0,4% nos postos de trabalho entre março e abril, após 17 meses de expansão contínua, segundo a CNI

      (Foto: CNI/Miguel Ângelo)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - O impacto das taxas elevadas de juros começa a atingir de forma mais contundente o mercado de trabalho industrial no Brasil. De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (6) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o número de empregos no setor teve uma queda de 0,4% entre março e abril. Trata-se da primeira retração registrada desde setembro de 2022, encerrando um ciclo de 17 meses seguidos de crescimento na ocupação, informa Míriam Leitão, do jornal O Globo.

      O recuo aparece mesmo em um contexto mais amplo de estabilidade do mercado de trabalho, conforme mostrou a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que apontou uma taxa de desemprego de 6,6% no trimestre encerrado em abril — o menor patamar para esse período desde o início da série histórica em 2012. O resultado surpreendeu analistas, que não esperavam uma melhora tão acentuada.

      Apesar da retração pontual no mês de abril, o acumulado de janeiro a abril ainda é positivo para o setor industrial, com crescimento de 0,7% em relação aos quatro meses imediatamente anteriores. Na comparação com o mesmo período de 2023, o aumento no número de empregos é de 2,6%.

      O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, avalia que o recuo é um reflexo claro do desaquecimento da atividade industrial, acentuado pelas condições econômicas mais restritivas. Segundo ele, mesmo pequenas variações negativas devem ser observadas com atenção, dada a natureza gradual das reações do mercado de trabalho.

      O nível de emprego na indústria responde de forma lenta e gradual às mudanças do cenário econômico. Por isso, mesmo uma queda de 0,4% em um único mês é significativa e indica uma desaceleração da atividade no setor, afirmou.

      Azevedo explicou que o avanço contínuo da demanda por bens industriais nos últimos meses sustentou a expansão da produção e, consequentemente, do emprego. “Foram 17 meses consecutivos de crescimento, que estagnaram em março e recuaram em abril. Isso é resultado da queda da demanda e da atividade industrial nos últimos meses”, destacou o economista da CNI.

      A sinalização de desaceleração ocorre num momento em que parte do setor produtivo pressiona por cortes na taxa básica de juros (Selic), que segue em níveis considerados muito altos.

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