Indústria brasileira tem queda de 0,2% em julho, diz IBGE
No acumulado do ano, a indústria avançou 1,1%
247 - A produção industrial brasileira apresentou uma queda de 0,2% em julho de 2025 em comparação com o mês anterior, conforme dados divulgados pelo IBGE na Pesquisa Industrial Mensal (PIM). Este é o quarto mês consecutivo de desempenho negativo do setor, que não mostra sinais de recuperação consistente desde abril deste ano. De acordo com a pesquisa, a queda em julho é um reflexo do comportamento predominante da indústria, que acumula perdas desde o início do ano, com uma perda total de 1,5% no período.
Apesar disso, o setor ainda está 1,7% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020). No entanto, a produção ainda está 15,3% abaixo do recorde histórico alcançado em maio de 2011. Em relação a julho de 2024, a produção industrial registrou um pequeno aumento de 0,2%. No acumulado do ano, a indústria avançou 1,1%, e no período de 12 meses, o crescimento foi de 1,9%. No entanto, a média móvel trimestral caiu 0,3% em julho, em relação ao mês anterior, o que indica uma desaceleração na recuperação do setor.
Segundo André Macedo, gerente da pesquisa, a indústria tem apresentado sinais de desaceleração desde abril, com um pequeno crescimento de apenas 0,3% em comparação com o final de 2024. Ele destaca que a política monetária mais restritiva tem impactado negativamente a produção, elevando a inadimplência e encarecendo o crédito. "Esses fatores contribuem para limitar o ritmo de crescimento da produção industrial, refletindo-se em resultados mais moderados frente aos meses anteriores", explica Macedo.
Impactos setoriais
O setor da metalurgia foi o principal responsável pela queda na produção industrial, com uma redução de 2,3%, após dois meses consecutivos de crescimento. Além disso, outras áreas também sofreram quedas significativas, como a produção de equipamentos de transporte, com uma queda de 5,3%, e a impressão e reprodução de gravações, que viu sua produção despencar 11,3%. Os ramos de bebidas e de produtos de borracha e plástico também enfrentaram perdas, com quedas de 2,2% e 1,0%, respectivamente.
Por outro lado, algumas atividades industriais apresentaram resultados positivos em julho. O setor de produtos farmoquímicos e farmacêuticos teve um aumento de 7,9%, enquanto produtos alimentícios e químicos avançaram 1,1% e 1,8%, respectivamente. A indústria de máquinas e equipamentos também se destacou, com um crescimento de 1,2%, assim como o setor de celulose, papel e produtos derivados, que aumentou 0,7%.
Cenário global e desafios do setor
A produção industrial está sendo pressionada por uma série de fatores globais e locais, que incluem uma política monetária mais rígida e uma desaceleração da demanda interna. O aumento nas taxas de juros e a elevação dos custos de crédito são desafios adicionais para a indústria brasileira, afetando diretamente as decisões de consumo e investimento. Macedo acredita que o impacto das decisões econômicas se reflete na baixa performance do setor industrial em 2025.
Apesar disso, o segmento de indústrias extrativas tem mostrado um desempenho positivo, com um crescimento de 6,3% em julho de 2025. Esse avanço foi impulsionado principalmente pela maior produção de óleos brutos de petróleo e gás natural, que registraram recordes históricos de produção.