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      PIB sobe 0,4% no segundo trimestre, diz IBGE

      Apesar da desaceleração, setor de serviços e consumo das famílias registraram recordes no período

      (Foto: Agência Brasil )
      Otávio Rosso avatar
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      247 -O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou crescimento de 0,4% no segundo trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, alcançando R$ 3,2 trilhões em valores correntes. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Sistema de Contas Nacionais Trimestrais.

      Segundo o levantamento, o resultado foi impulsionado pelo setor de Serviços, que avançou 0,6%, e pela Indústria, com alta de 0,5%. Esses desempenhos compensaram a retração de 0,1% da Agropecuária. Do lado da demanda, o Consumo das Famílias cresceu 0,5%, enquanto os Investimentos recuaram 2,2% e o Consumo do Governo caiu 0,6%.

      Serviços em expansão e desaceleração do crescimento

      O setor de Serviços registrou recorde histórico, com destaque para atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, que subiram 2,1%. Também apresentaram alta Informação e comunicação (1,2%), Transporte, armazenagem e correio (1,0%), Outras atividades de serviços (0,7%) e Atividades imobiliárias (0,3%). O Comércio permaneceu estável, enquanto administração pública e áreas ligadas à saúde e educação recuaram 0,4%.

      A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, destacou que o crescimento de 0,4% revela uma desaceleração diante da política monetária restritiva. “Era um efeito esperado a partir da alta dos juros iniciada em setembro do ano passado. As Indústrias de Transformação e a Construção, que dependem de crédito, são as mais afetadas nesse cenário”, explicou.

      Ela ressaltou ainda que os Serviços sofrem menor impacto desse contexto: “Foi uma alta disseminada pelo setor e puxada pelas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; Informação e comunicação, impulsionado pelo desenvolvimento de software; e Transporte, armazenagem e correio, favorecido pelo transporte de passageiros”.

      Consumo das famílias e setor externo sustentam atividade

      O consumo das famílias foi favorecido pela manutenção dos programas de transferência de renda e pelo crescimento dos salários reais. Já o setor externo contribuiu com o aumento de 0,7% nas exportações e queda de 2,9% nas importações em relação ao trimestre anterior. “Está sendo um ano bom para o agro e para a indústria extrativa, que são commodities exportadas pelo país”, avaliou Rebeca.

      Comparação anual: agropecuária lidera expansão

      Na comparação com o segundo trimestre de 2024, a economia brasileira avançou 2,2%, puxada pelo crescimento expressivo de 10,1% da Agropecuária. O bom desempenho foi associado ao clima favorável e à produtividade recorde de lavouras como milho e soja.

      A Indústria teve alta de 1,1%, sustentada pelo aumento de 8,7% nas Indústrias Extrativas, especialmente petróleo, gás e minério de ferro. O setor de Serviços também cresceu 2,0% frente ao mesmo período de 2024, com destaque para Informação e comunicação (6,4%) e atividades financeiras e de seguros (3,8%).

      Investimentos e comércio exterior

      Ainda na comparação anual, os investimentos subiram 4,1%, impulsionados pela importação de bens de capital e pelo avanço em software. O consumo das famílias registrou aumento de 1,8% e o consumo do governo, 0,4%. No comércio exterior, tanto exportações quanto importações cresceram, 2,0% e 4,4%, respectivamente, com destaque para a venda de veículos, petróleo e máquinas no mercado externo, e a compra de produtos químicos, farmacêuticos e equipamentos elétricos.

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