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Indústria brasileira cresce 0,8% em agosto, diz IBGE

Setor acumula alta no ano, mas segue abaixo do pico histórico de 2011

Indústria (Foto: Reprodução/CNI)

247 - O setor industrial brasileiro registrou crescimento de 0,8% em agosto em relação a julho, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM). O resultado interrompeu uma sequência de quatro meses seguidos de retração que vinha desde abril, quando as perdas acumuladas chegaram a 1,2%. Apesar da recuperação parcial, o nível atual da produção permanece 14,4% abaixo do recorde histórico de maio de 2011, embora esteja 2,9% acima do patamar de fevereiro de 2020, período pré-pandemia.

As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No comparativo anual, frente a agosto de 2024, houve recuo de 0,7%. Já no acumulado de 2025, a indústria mostra crescimento de 0,9%, enquanto em 12 meses o avanço chega a 1,6%.

Avanço disseminado em diferentes setores

De acordo com André Macedo, gerente da pesquisa, a base de comparação favoreceu o desempenho de agosto. “Para o resultado desse mês, a base de comparação depreciada é um fator importante para entendermos não só a expansão de 0,8%, o maior avanço desde março de 2025 (1,7%), mas também o perfil disseminado de taxas positivas, uma vez que três das quatro grandes categorias econômicas e 16 das 25 atividades industriais pesquisadas apontaram avanço na produção”, afirmou.

Entre os setores que mais contribuíram para o resultado positivo, destacaram-se produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que cresceram 13,4% e acumulam alta de 28,6% em quatro meses consecutivos de expansão. Também tiveram desempenho relevante coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (1,8%) e alimentos (1,3%), ambos com dois meses seguidos de crescimento.

Por outro lado, nove ramos apresentaram queda. O setor químico (-1,6%) interrompeu três meses de alta, enquanto máquinas e equipamentos (-2,2%) e produtos de madeira (-8,6%) também exerceram forte impacto negativo.

Desempenho das categorias econômicas

Entre as grandes categorias, três avançaram no mês: bens intermediários (1,0%), bens de consumo semi e não duráveis (0,9%) e bens de consumo duráveis (0,6%). Já os bens de capital recuaram 1,4%, ampliando as perdas de julho.

Apesar da reação em agosto, o saldo acumulado da indústria nos últimos cinco meses ainda é negativo, com retração de 0,4%.

Comparação com 2024 mostra retração

Na comparação com agosto de 2024, a produção industrial caiu 0,7%, resultado marcado por quedas em 15 dos 25 ramos analisados. Um dos principais fatores foi a menor produção de álcool etílico, que pressionou a atividade de derivados de petróleo e biocombustíveis (-4,0%).

Segundo Macedo, a retração está ligada à estratégia de usinas sucroalcooleiras. “O recuo observado nesse item pode estar associado à estratégia de alocação do processamento da cana-de-açúcar, que nesse período foi direcionado em maior proporção para a produção de açúcar, em detrimento da produção de álcool”, explicou.

Outros segmentos que influenciaram negativamente foram produtos de metal (-7,9%), madeira (-18,4%), equipamentos eletrônicos (-8,8%), calçados e artigos de couro (-9,6%) e veículos (-2,2%).

Setores que impulsionaram a produção

Em contrapartida, atividades como indústrias extrativas (4,8%) tiveram papel positivo, sobretudo pela expansão da produção de petróleo bruto. Também registraram altas expressivas os ramos de fumo (30,9%), produtos têxteis (7,2%) e celulose e papel (5,2%).

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