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CNI critica tarifa de Trump e pede pragmatismo nas negociações com os EUA

A entidade classificou a taxação como “expressiva e injustificável”

Ricardo Alban (Foto: Divulgação (Agência de Notícias da Indústria))

247 - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou duramente a decisão dos Estados Unidos de elevar para 50% as tarifas sobre exportações brasileiras e cobrou “bom senso” dos atores políticos brasileiros nas negociações com o governo norte-americano. As informações são do g1.

Em nota assinada pelo presidente da entidade, Ricardo Alban, a CNI classificou a taxação como “expressiva e injustificável”, e defendeu que a investigação conduzida pelos EUA, no âmbito da Seção 301, siga critérios técnicos. “Como é de pleno conhecimento de todos os brasileiros e americanos, não existe qualquer justificativa econômica/comercial para o Brasil ter saído de uma posição do ‘piso’ de 10% para uma inexequível posição de ‘teto’ de 50%”, afirmou a confederação.

A CNI informou que já realizou diversas tratativas junto a autoridades norte-americanas pedindo a revogação da medida ou, ao menos, uma prorrogação de 90 dias para ampliar o espaço de negociação. A entidade também alertou para o risco de que a decisão esteja sendo influenciada por fatores políticos e geopolíticos.

“Queremos acreditar que tal situação não se deva única e exclusivamente a uma escalada de posições políticas e geopolíticas! O que, certamente, seria inaceitável para não só às relações comerciais, bem como para toda a sociedade brasileira e americana”, diz o texto.

A entidade defendeu que as discussões comerciais com os Estados Unidos ocorram de forma técnica, sem interferência de disputas ideológicas. “Devemos focar em clarificar os entendimentos que levam a posições políticas exacerbadas. Devemos ser pragmáticos nas discussões meramente técnicas como temos visto por parte de outros países em desenvolvimento”, declarou.

A CNI também sugeriu que recentes erros diplomáticos tenham contribuído para o agravamento da situação e pediu que sirvam de lição para as futuras relações bilaterais. “Vamos olhar objetivamente para frente e termos os recentes equívocos como um grande aprendizado para enfrentar os futuros desafios”, afirmou.

O comunicado encerra com um apelo ao equilíbrio e à responsabilidade institucional. “Somos, definitivamente, contrários a qualquer escalonamento das discussões do comércio bilateral entre o Brasil e os EUA. Esperamos o consenso e o bom senso para o desfecho desse equívoco que é a taxação de 50% sobre as exportações brasileiras.”

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