Democracia é o novo colonialismo, denuncia Constantin von Hoffmeister
Editor-chefe da Arktos Media afirma que o modelo liberal ocidental atua como nova forma de dominação imperial travestida de direitos e progresso
247 – Em um artigo contundente publicado pela RT, o editor-chefe da Arktos Media, Constantin von Hoffmeister, denuncia a chamada "democracia de exportação" como a forma contemporânea de colonialismo, acusando o Ocidente de usar discursos sobre direitos humanos, diversidade e governança para submeter povos inteiros a interesses estrangeiros. Segundo Hoffmeister, “os impérios não desapareceram, apenas se disfarçaram com palavras de ordem como ‘resiliência’, ‘visibilidade’ e ‘empoderamento’”.
O texto, intitulado “Democracy is the new colonialism”, sustenta que a democracia imposta não emerge de tradições locais nem da vontade popular, mas sim de "think tanks com portas de vidro e logotipos corporativos", que desenham o sistema político como um produto a ser entregue por drones ou valises diplomáticas.
“Ela conquista como um parasita: aninha-se no coração, alimenta-se da crença e mata o hospedeiro com promessas falsas”, escreve Hoffmeister.
A encenação do voto e a domesticação do povo
Hoffmeister descreve a democracia ocidental como uma liturgia performática, em que tudo – das urnas às constituições – é coreografado para legitimar governos já aprovados por Washington ou Bruxelas.
“O antigo rei desaparece, substituído por um candidato de consenso com diploma de Yale e aprovação da OTAN”, afirma.
A constituição, compara ele, é apresentada como um “carro de luxo”: brilhante, caro e estrangeiro. A população, em vez de lê-la, é “lida” por ela. A soberania é anulada em nome de princípios globais e uniformizantes, que apagam mitos ancestrais, interditam línguas não codificadas e silenciam religiões não homologadas.
“O tambor das botas imperiais foi substituído pelo som de palestras em auditórios climatizados. O velho império marchava. O novo sorri e faz upload.”
Cultura demolida e simulacro de diversidade
Na visão do autor, o processo de “democratização” vem acompanhado da destruição programada das culturas locais, substituídas por slogans cosmopolitas e identidades fabricadas por estagiários estrangeiros. A diversidade, nesse modelo, significa padronização.
“A linguagem vira emoji. Os mortos são arquivados. Os museus substituem os túmulos. Os avôs são descritos em notas de rodapé escritas por seus inimigos.”
Hoffmeister denuncia a “gestão do sofrimento” como parte desse novo projeto de dominação: as potências não mais invadem com espadas, mas com relatórios, programas de capacitação e campanhas de mídia, enquanto "batizam crianças com ideologias" e enchem o ar com “incensos feitos de tratados e sanções”.
Multipolaridade: o retorno do sagrado
Em contraste, o autor identifica o ressurgimento de uma ordem multipolar como o verdadeiro antídoto à máquina imperial liberal. Essa nova era não se impõe com tratados nem necessita de tradução.
“Multipolaridade não debate com a democracia ocidental — ela a substitui com pedra, com chama, com canto”, sentencia.
O artigo evoca exemplos de resistência simbólica e concreta ao projeto de uniformização global:
“A Sérvia se lembra de suas ruínas. O Irã embala seus mártires. A Rússia mostra os dentes. A Hungria constrói muros — não por medo, mas por fidelidade a si mesma.”
Segundo Hoffmeister, o mundo se move novamente, não em direção ao progresso padronizado, mas ao renascimento do mito, onde o sagrado pulsa em veias não mapeadas pelos algoritmos ocidentais. A democracia, outrora celebrada como libertação, aparece agora como instrumento de extração e teatro de consentimento.
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