Pesquisadores chineses apresentam Darwin Monkey, o maior computador cerebral do mundo
Supercomputador neuromórfico imita funcionamento do cérebro de macaco e abre novas fronteiras para a inteligência artificial e a neurociência
247 – Pesquisadores da China apresentaram neste sábado o Darwin Monkey, considerado o maior computador cerebral já construído no mundo. A informação foi divulgada pelo Global Times. O sistema, também chamado de Wukong, é uma nova geração de computador neuromórfico que simula o funcionamento do cérebro de um macaco e representa um avanço significativo tanto para a inteligência artificial quanto para a pesquisa em neurociência.
O Darwin Monkey foi desenvolvido pelo State Key Laboratory of Brain-Machine Intelligence da Universidade de Zhejiang, na província de Zhejiang, no leste da China. Ele é capaz de suportar mais de 2 bilhões de neurônios artificiais e 100 bilhões de sinapses, um número que se aproxima do cérebro de um macaco rhesus. Segundo o Science and Technology Daily, o computador consome cerca de 2 mil watts em condições normais de operação.
A tecnologia neuromórfica busca reproduzir o funcionamento das redes neurais biológicas em sistemas computacionais, oferecendo alto paralelismo, baixo consumo de energia e maior eficiência em tarefas complexas. Até então, o maior computador neuromórfico era o Hala Point, da Intel, lançado em abril de 2024, com 1,15 bilhão de neurônios simulados.
O Wukong utiliza 960 chips Darwin 3, terceira geração de processadores neuromórficos, montados em 15 servidores no formato de lâminas. Cada chip suporta mais de 2,35 milhões de neurônios pulsantes e centenas de milhões de sinapses, além de contar com instruções específicas para computação cerebral e mecanismos de aprendizado neuromórfico em tempo real. A equipe também desenvolveu um sistema operacional inspirado no funcionamento do cérebro, permitindo rodar aplicações inteligentes como o modelo DeepSeek, capaz de realizar tarefas de raciocínio lógico, geração de conteúdo e resolução de problemas matemáticos.
Segundo Pan Gang, líder do projeto e diretor do laboratório em Zhejiang, o Darwin Monkey oferece um novo paradigma computacional:
"O sistema pode funcionar como uma base para o desenvolvimento da inteligência artificial, servir como ferramenta de simulação cerebral para neurocientistas e criar novos métodos experimentais para explorar os mecanismos do cérebro", afirmou. Ele ressaltou que, ao mimetizar o funcionamento neural e operar em velocidades superiores às do cérebro humano, a plataforma reduz a necessidade de experimentos biológicos e abre caminho para avanços na compreensão da mente.
Além de aplicações científicas, o Wukong também tem potencial para impulsionar a inteligência artificial em tarefas que exigem aprendizado rápido e operações em larga escala, mantendo baixo consumo energético. Para os pesquisadores, essa tecnologia inaugura uma nova era de computadores capazes de se aproximar do raciocínio biológico e ampliar o alcance da pesquisa em neurociência e IA.
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