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      China transforma lixo em energia e impulsiona cidades verdes

      Tecnologia de incineração de resíduos coloca o país na vanguarda mundial e projeta expansão internacional, enquanto promove a construção da “Bela China”

      Usina de conversão de lixo em energia na China (Foto: Ren Xiaonan/GT)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Sob a liderança do presidente Xi Jinping, a China tem avançado na transformação de resíduos urbanos em energia limpa, consolidando um modelo de desenvolvimento urbano de baixo carbono e ambientalmente sustentável. Segundo reportagem do Global Times, que visitou plantas de incineração e ouviu especialistas do setor, o país se tornou referência global em tecnologia e operação de usinas de lixo para energia, contribuindo para o projeto nacional de construção da chamada “Bela China”.

      Nos últimos anos, Xi Jinping reforçou em diversos discursos que a proteção ambiental é essencial para o bem-estar de todos os povos. Durante a Conferência Central de Trabalho Urbano, realizada em Pequim entre 14 e 15 de julho de 2025, ele destacou a prioridade de construir cidades verdes, limpas e de baixo carbono. “A triagem e a reciclagem do lixo são projetos sistemáticos que exigem esforços conjuntos e contínuos de todos”, afirmou Xi em carta enviada a voluntários de coleta seletiva em Xangai, em 2023, segundo a agência Xinhua.

      Lixo que gera energia

      Um exemplo emblemático dessa política está na Usina de Incineração de Resíduos Domésticos de Asuwei, em Pequim, que processa até 3 mil toneladas de lixo por dia. O diretor de produção e operações, Wang Hongshun, explicou que a fermentação prévia dos resíduos por cinco a sete dias aumenta o poder calorífico e permite uma queima mais eficiente. “A eletricidade gerada a partir de uma única garra de lixo incinerado é suficiente para abastecer uma família de três pessoas por um ano inteiro”, disse Wang ao Global Times.

      A usina fornece cerca de 420 milhões de kWh por ano para a rede elétrica de Pequim e reaproveita mais de 90% dos resíduos, transformando metais e cinzas em materiais de construção ecológicos. A operação segue padrões de emissão abaixo das normas da União Europeia e adota um sistema de tratamento de chorume que garante zero despejo de efluentes.

      Tecnologia nacional e liderança global

      Segundo Pan Gong, diretor e pesquisador-chefe do Centro de Estudos da Indústria de Resíduos Sólidos da E20 Environment Platform, a China “está muito à frente” no domínio da tecnologia de incineração. O país conta com mais de mil usinas de lixo em operação, superando a capacidade combinada de Estados Unidos, Europa e Japão.

      Essa liderança resulta de um processo iniciado nas décadas de 1970 e 1980, quando empresas chinesas importaram tecnologias da Alemanha e do Japão, adaptando-as às características do lixo doméstico local. Hoje, praticamente toda a cadeia — da coleta ao tratamento de gases — é nacional, com alto índice de automação e independência tecnológica.

      Expansão internacional e novos desafios

      Com o setor consolidado, empresas como Sanfeng Environment e SUS Environment avançam para mercados no Sudeste Asiático, Sul da Ásia, Oriente Médio e Europa, oferecendo desde equipamentos até serviços completos de engenharia e operação. Segundo representantes das companhias, a meta é expandir também para as Américas e Oceania, levando ao exterior a experiência chinesa em transformação de resíduos em energia limpa.

      No entanto, a maturidade do setor trouxe desafios inesperados. Em algumas cidades, o excesso de capacidade levou à expressão popular “não há lixo suficiente para queimar”, resultado de discrepâncias entre projeções populacionais, planejamento de usinas e a crescente adesão da população à redução e reciclagem de resíduos. Para especialistas, esse fenômeno é transitório e demonstra a evolução da economia circular chinesa.

      Combinando inovação tecnológica, educação ambiental e políticas públicas consistentes, a China se posiciona como líder global em cidades verdes e gestão sustentável de resíduos, traduzindo em prática a visão ecológica de Xi Jinping e oferecendo um modelo replicável para países em rápida urbanização.

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