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China aprova criação da reserva natural nacional no Mar do Sul da China

Medida fortalece soberania chinesa na região e amplia proteção de recifes de coral e biodiversidade marinha

Reserva natural nacional de Huangyan Dao (Foto: VCG)

247 – O Conselho de Estado da China aprovou oficialmente a proposta do Ministério dos Recursos Naturais para a criação da reserva natural nacional de Huangyan Dao, localizada na cidade de Sansha, província de Hainan, no Mar do Sul da China. A decisão foi divulgada pelo Global Times e marca um passo significativo na política ambiental e de soberania marítima do país.

De acordo com o documento aprovado, a medida busca garantir a diversidade, a estabilidade e a sustentabilidade do ecossistema de Huangyan Dao, impondo regras rígidas de proteção ambiental e fiscalização contra atividades ilegais ou predatórias. A Administração Nacional de Florestas e Pastagens detalhou que a área da reserva é de 3.523,67 hectares, sendo dividida em uma zona central de 1.242,55 hectares e uma zona experimental de 2.281,12 hectares, com foco especial na preservação de recifes de coral.

Defesa da soberania e compromisso ambiental

Especialistas ouvidos pelo Global Times destacaram que a iniciativa reafirma a soberania chinesa sobre Huangyan Dao, ao mesmo tempo em que reforça compromissos internacionais de preservação ambiental.

Para Ding Duo, diretor do Centro de Estudos Internacionais e Regionais do Instituto Nacional para Estudos do Mar do Sul da China:

 "A criação da reserva é um passo natural após o anúncio das linhas de base do mar territorial adjacente a Huangyan Dao. Reflete a abordagem da China, baseada em leis e padrões, para a governança marinha."

Ding enfatizou ainda que a medida também cumpre obrigações internacionais, como a Convenção sobre Diversidade Biológica, e rebate críticas de países e organizações que acusam Pequim de causar danos ao meio ambiente marinho:

 "Essa decisão é uma forte resposta às acusações infundadas. Com ações práticas de proteção científica e gestão legal, a China neutraliza narrativas falsas e fortalece sua voz em discussões internacionais sobre proteção ambiental."

Yang Xiao, vice-diretor do Instituto de Estudos de Estratégia Marítima do Instituto Chinês de Relações Internacionais Contemporâneas, afirmou:

 "A criação da reserva consolida a soberania e os interesses marítimos da China nas águas de Huangyan Dao, fornecendo respaldo legal para a aplicação da lei no local."

Pesquisa científica e biodiversidade

Estudos realizados por instituições ligadas ao Ministério da Ecologia e Meio Ambiente, à Academia Chinesa de Ciências e à Universidade de Guangxi demonstraram a relevância ambiental da região. O Relatório de Investigação e Avaliação sobre o Estado da Ecologia e Meio Ambiente Marinho de Huangyan Dao, divulgado em 2024, apontou que:

  •  A qualidade da água e dos sedimentos foi classificada como Grau I (excelente).
  •  Amostras de peixes apresentaram níveis de poluentes abaixo dos limites.
  •  Nenhuma presença de cianeto foi detectada.
  •  Foram registradas 109 espécies de corais duros, pertencentes a 34 gêneros e 12 famílias — o maior índice de diversidade já documentado na região.

Segundo Yang Xiao, a criação da reserva representa um modelo para a proteção ambiental e combate à poluição em todo o Mar do Sul da China, além de abrir espaço para cooperação científica internacional.

 "A decisão não apenas estabelece um precedente para futuras atividades da China, mas também serve como exemplo para países vizinhos sobre a importância da preservação ambiental conjunta", ressaltou.

Continuidade de uma política de preservação

Nos últimos dez anos, medidas de conservação já haviam melhorado significativamente o ecossistema em Huangyan Dao. A reserva nacional surge como um reforço a esses avanços, garantindo maior controle sobre a pesca predatória e assegurando a sustentabilidade de longo prazo dos recifes de coral e da vida marinha.

De acordo com os especialistas consultados pelo Global Times, a iniciativa reflete a estratégia chinesa de civilização ecológica, que busca equilibrar desenvolvimento e preservação ambiental, fortalecendo tanto a proteção da biodiversidade quanto a afirmação da soberania territorial.

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