Veja os nomes e sobrenomes mais comuns do Brasil, segundo IBGE
Maria, José e Silva seguem na liderança entre os registros do país, segundo dados atualizados do Censo Demográfico 2022
247 - O Brasil continua sendo um país de Marias, Josés, Silvas e Santos. A constatação vem da nova edição do levantamento Nomes no Brasil, divulgada nesta segunda-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo, baseado no Censo Demográfico de 2022, atualiza e amplia a pesquisa anterior, realizada em 2016 com base nos dados do Censo de 2010.
De acordo com o IBGE, o projeto ganhou novos recursos e passou a incluir também os sobrenomes mais comuns da população brasileira. A segunda edição da ferramenta revela que, entre os mais de 140 mil nomes próprios analisados, Maria e José seguem firmes na liderança. Já entre os mais de 200 mil sobrenomes registrados, Silva ocupa o topo, presente na identificação de 16,76% dos brasileiros.
Ferramenta interativa e novos recursos
O site Nomes no Brasil permite que o usuário explore o banco de dados por gênero, período de nascimento e inicial do nome. É possível ainda gerar rankings personalizados por município, estado ou para todo o território nacional. Ao clicar em um nome, o visitante visualiza o número de registros, sua distribuição geográfica e uma linha do tempo com a frequência por década.
“O sucesso da primeira versão mostrou o grande interesse da sociedade em conhecer a origem e a popularidade dos nomes. Nesta edição, ampliamos as possibilidades de pesquisa e adicionamos novas dimensões de análise”, afirmou Rodrigo Almeida Rego, gerente de Inovação e Desenvolvimento do IBGE e responsável pelo projeto.
Tendências ao longo do tempo
Os dados mostram como as preferências de nomes mudaram ao longo das décadas. Exemplos clássicos como Osvaldo e Terezinha apresentam idade mediana acima dos 60 anos, enquanto nomes recentes, como Gael e Helena, têm médias bem mais baixas — 1 e 8 anos, respectivamente.
A pesquisa também evidencia a forte concentração de alguns nomes em cidades específicas. Em Morrinhos (CE) e Bela Cruz (CE), cerca de 22% da população se chama Maria. Já em Santana do Acaraú (CE), uma em cada dez pessoas se chama Ana. No Piauí, em Buriti dos Montes, o nome Antonio predomina entre 10% dos habitantes.
Sobrenomes e identidade regional
Entre os sobrenomes, o estudo mostra a força das tradições familiares. Em Sergipe, 43,38% da população leva Santos no registro civil. Já em Alagoas e Pernambuco, o sobrenome Silva aparece em mais de um terço dos registros — 35,75% e 34,23%, respectivamente.
Nomes pelo mundo e curiosidades culturais
Uma das principais novidades do site é o mapa interativo Nomes no Mundo, que permite comparar os nomes e sobrenomes mais comuns em diferentes países. O visitante pode, por exemplo, descobrir que o sobrenome mais popular da China, Wang, é compartilhado por 1.513 pessoas no Brasil. Ou que os nomes bolivianos Juan e Juana somam mais de 70 mil registros em território brasileiro.
A plataforma também inclui uma seção dedicada à Onomástica, área que estuda a origem e o significado dos nomes. Essa aba traz fatos e curiosidades que revelam aspectos culturais e sociais de diferentes épocas e regiões.
Sigilo e metodologia
O IBGE reforça que os dados seguem rigorosos critérios de sigilo estatístico. Nomes ou sobrenomes com menos de 20 ocorrências no país não são exibidos integralmente, e as informações geográficas só aparecem quando há incidência superior a 15 registros por estado ou 10 por município.
A coleta de dados teve como base os moradores registrados no Censo de 2022, com data de referência em 1º de agosto daquele ano. Foram considerados o primeiro nome e o primeiro sobrenome informados por cada entrevistado, respeitando a grafia original, mesmo em casos de variação como Luis/Luiz ou Ian/Yan.
Com o novo levantamento, o IBGE consolida um retrato da diversidade nominal do país, mostrando como os nomes expressam a história, a cultura e as transformações sociais do Brasil ao longo das gerações.

